Mais de 80 t de peixe retiradas da Lagoa Rodrigo de Freitas

Os governos do Estado, administrado por Anthony Garotinho (PSB), e da capital, chefiado por Cesar Maia (PFL), transformaram em briga política o debate sobre a melhor solução para o problema

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Por Agencia Estado
Atualização:

Mais de 80 toneladas de peixe já foram retiradas da Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio. O recolhimento dos peixes, mortos por falta de oxigênio no último sábado, mobilizou nesta terça-feira 40 homens do Grupamento Marítimo (G-Mar) e continua, nesta quarta, a cargo da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb). As condições da água da Lagoa melhoraram, segundo a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), mas o mau cheiro continua, e novas mortandades não são descartadas pelas autoridades. Segundo a medição desta terça feota pela Feema, a água da Lagoa Rodrigo de Freitas apresentava um índice de seis miligramas de oxigênio por litro, maior do que a média normal, de quatro miligramas por litro. No entanto, a mortandade de peixes, que já se repete há três anos, pode ocorrer nos próximos verões. Os governos do Estado, administrado por Anthony Garotinho (PSB), e da capital, chefiado por Cesar Maia (PFL), transformaram em briga política o debate sobre a melhor solução para o problema. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Estado, trata-se de um fenômeno natural, e o que se pode fazer, no máximo, é tentar reduzir a freqüência com que ocorre. Para a Secretaria de Meio Ambiente do município, porém, a solução está no alargamento do canal do Jardim de Alah, ligação entre a Lagoa e o oceano. A prefeitura aguarda licença da Feema para licitar a obra. O alargamento do canal, segundo esse projeto, daria maior vazão para a renovação da água da Lagoa. A Feema, órgão do governo estadual, avalia os impactos ambientais do projeto, mas tem que cumprir prazos legais para a liberação da licença. Uma das causas para a mortandade deste ano foi o fechamento do canal com areia depois da última frente fria, que provocou ressaca nas praias cariocas, aliado ao calor e ao despejo de esgoto. A Secretaria de Meio Ambiente, no entanto, acredita que o alargamento do canal não será solução definitiva para o problema. Estado e município continuam discordando sobre causas e soluções para o problema, mas comprometeram-se a estudar propostas conjuntas para melhorar a qualidade da água da Lagoa.

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