Marina diz que quadrilha no Ibama não surpreende

Nervosa, ministra afirma que só se surprendeu com envolvimento de diretor, que está foragido

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Por Agencia Estado
Atualização:

"Ninguém aqui está sendo surpreendido", afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na entrevista que anunciou a Operação Curupira, que desbaratou uma quadrilha com ramificações dentro do próprio Instituto Nacional do Meio Ambiente (Ibama) para a falsificação de autorizações para exploração de madeira. Visivelmente nervosa, Marina afirmou que o ministério está cooperando com Ministério da Justiça e Polícia Federal desde o início das investigações, em setembro de 2004. Marina admitiu, no entanto, que somente na noite de quarta-feira ficou sabendo das denúncias o diretor do Ibama, Antonio Hummel. "Vamos cortar na carne para extirpar o tumor da corrupção", disse. "Até onde sabíamos, o nome de Hummel não estava envolvido." Por um erro na operação, policiais foram à casa do irmão de Hummel. Desde então, o diretor não é encontrado. A inclusão do diretor do Ibama foi feita pelo Ministério Público Federal, que participa das investigações, ao lado de outros 39 nomes, todos com prisão temporária decretada e outros 72 mandados de busca e apreensão. 1,9 milhão de metros cúbicos O diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, afirmou que as ações terão de ser desenvolvidas nos Estados de Santa Catarina, Rondônia, Pará e Distrito Federal. Pelas contas feitas até agora, a quadrilha é responsável pela exploração ilegal de 1,9 milhão de metros cúbicos de madeira. Tal quantidade seria suficiente para carregar 76 mil caminhões, que, enfileirados, cobririam a distância entre Rio e Brasília. A principal área de atuação da quadrilha, no entanto, era Mato Grosso. De acordo com as investigações, as primeiras ações da quadrilha começaram há 14 anos. O Ibama do Mato Grosso está sob intervenção por 60 dias. O fornecimento de Autorizações de Transporte de Produtos Florestais - principal ferramenta da fraude - também está suspenso por 30 dias.

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