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Marinha precisa de 10 anos para terminar submarino nuclear

Segundo o contra-almirante Alan Paes Leme Arthou, novo diretor do centro, o projeto do submarino está sendo desenvolvido com recursos do orçamento da força. O prazo poderá ser antecipado se o governo federal voltar a liberar recursos específicos

Por Agencia Estado
Atualização:

Serão necessários mais dez anos para que o País passe a contar com um submarino nuclear de fabricação própria. Esse é o prazo estimado pelo Ministério da Marinha para concluir o projeto, em andamento no Centro Tecnológico Aramar, em Iperó, a 130 quilômetros de São Paulo. A Marinha vem tentando construir o submarino desde o fim da década de 70. Os recursos já investidos chegam a US$ 700 milhões. Pouco menos da metade desse valor foi gasto na primeira etapa do projeto, concluída em 1988, quando a Marinha anunciou o domínio da tecnologia para o enriquecimento do urânio. O Brasil tornava-se, assim, capaz de produzir o combustível do futuro submarino à propulsão nuclear. Desde então, técnicos e cientistas da Marinha desenvolvem, em parceria com a iniciativa privada, o reator que equipará a embarcação. O protótipo para testes em terra está sendo instalado no centro tecnológico de Iperó e já tem sua base construída. Parte dos componentes estruturais do submarino foi encomendada a indústrias nacionais. A montagem será feita no Arsenal da Marinha, no Rio de Janeiro. Segundo o contra-almirante Alan Paes Leme Arthou, novo diretor do centro, o projeto do submarino está sendo desenvolvido com recursos do orçamento da força. O prazo poderá ser antecipado se o governo federal voltar a liberar recursos específicos para esse projeto. Os investimentos, pródigos em outros governos, escassearam durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso. Quando visitou Aramar, em abril de 1996, o presidente ouviu pedidos explícitos de mais recursos, mas nada prometeu. O ministro da Marinha na época, Mauro César Rodrigues Pereira, lamentou que a falta de verbas estivesse atrasando o projeto. Ele previa a entrega do submarino no ano de 2007. O prazo já foi revisto pela Marinha. Ao assumir o cargo no último sábado, o contra-almirante Arthou disse que o projeto vai seguir o ritmo ditado pela disponibilidade de recursos. "Vamos manter o mesmo padrão de qualidade técnica e de segurança conseguidos até agora."

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