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Mariposa retém as memórias da larva, mostra estudo

Mesmo depois da metamorfose, inseto preserva comportamento condicionado, dizem cientistas

Por Carlos Orsi
Atualização:

A mudança de larva em crisálida e em borboleta é uma metáfora para um reinício a partir do zero - mas, no que diz respeito ao próprio inseto, pode não ser bem assim. Um estudo publicado online pela PLoS One mostra que uma espécie de mariposa, a Manduca sexta, retém lembranças de seu período como larva. Íntegra do artigo na PLoS O experimento, realizado por pesquisadores da Universidade Georgetown, nos EUA, consistiu em "adestrar" larvas para evitar um determinado odor - o contato com o cheiro desencadeava um choque elétrico. Depois da metamorfose, as mariposas adultas continuavam a temer o odor. Os autores do trabalho afirmam que a aversão da mariposa adulta não poderia ser explicada pela presença de vestígios da substância química responsável pelo odor durante metamorfose, já que nem a aplicação do produto em larvas sem o treinamento com choque elétrico, nem a lavagem das pupas de insetos treinados mudaram o comportamento previsto. Além disso, de acordo com o artigo que descreve o trabalho, foi detectada uma idade mínima para que o treinamento da larva apresentasse reflexo na mariposa adulta,  "o que é consistente com a idéia de que a recordação pós-metamorfose envolve regiões do cérebro que só são produzidas em estágios avançados do desenvolvimento larval", diz o texto.   Os autores do trabalho afirmam que a descoberta de que a memória sobrevive ao estado de larva pode ter implicações importantes compreender a evolução desses insetos.

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