MCT libera financiamento para bioinformática

Na primeira etapa, serão liberados R$ 3,5 milhões para 28 grupos de pesquisa, selecionados entre projetos apresentados no ano passado pelo CNPq

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) começa a liberar este mês os recursos para a formação ou consolidação de núcleos de bioinformática no Brasil. Com isso, haverá um reforço nas pesquisas voltadas para a biotecnologia, principalmente no que se refere aos projetos do País que tratam do seqüenciamento de genes de diversas espécies. ?É difícil mensurar o impacto da formação desses núcleos, mas ele vai ampliar não só a formação de recursos humanos, como dar instrumental para agilizar o seqüenciamento de genoma?, afirmou Ana Lúcia Assad, coordenadora geral do Programa Nacional de Biotecnologia. Nesta primeira etapa de liberação de recursos, serão investidos R$ 3,5 milhões. Serão beneficiados 28 grupos de pesquisa, selecionados entre 51 projetos apresentados no ano passado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e pela agência Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Os valores das bolsas variam de R$ 45 mil a R$ 400 mil. Aproximadamente 200 pesquisadores, vinculados a 32 instituições de pesquisa do Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, estarão trabalhando nos núcleos. Os núcleos deverão trabalhar com estudos nas áreas de genética, biologia molecular e bioquímica. Com o investimento, o MCT pretende ampliar a infra-estrutura para pesquisas e seqüenciamento e análise de genoma, já que poderá ser feita compra de equipamento para os institutos. Alguns núcleos já estão operando, como grupos de São Paulo e o do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) que participou do projeto Genoma Nacional, seqüenciando a Chromobacterium violaceum. Trata-se de uma bactéria de grande potencial biotecnológico que poderá sintetizar compostos antibióticos e antitumorais, ser usada no desenvolvimento de bioplásticos e reduzir impactos em áreas de garimpo. Outros núcleos de bioinformática serão criados com a verba disponibilizada. ?Parcerias com iniciativa privada vão surgir. Algumas micro-empresas, oriundas de universidades, elaboraram projeto para desenvolvimento de software, por exemplo?, contou Ana Lúcia. No futuro, os grupos deverão formar redes de bioinformática regionais, que se articularão com as demais, podendo trabalhar em conjunto em projetos diversos, semelhante ao que aconteceu com o Genoma Nacional e com os diversos projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), como o Genoma do Câncer Humano e do Amarelinho, doença que ataca os laranjais.

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