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Melhora o tratamento de lixo no Brasil, apura o IBGE

Em 2000, 32,2% dos municípios tinham aterros sanitários ou controlados. Em 1989, apenas 10,7% dos municípios davam um tratamento adequado aos resíduos.

Por Agencia Estado
Atualização:

O aumento da consciência da população sobre o tratamento que deve ser dado ao lixo, aliado ao surgimento de programas federais e estaduais, colaborou para a melhora do tratamento dos resíduos no País, segundo o IBGE. Em 2000, 32,2% dos municípios tinham aterros sanitários ou controlados. Em 1989, apenas 10,7% dos municípios davam um tratamento adequado aos resíduos. Quando se considera a quantidade de lixo destinada a aterros, o quadro é um pouco melhor: segundo as prefeituras, 69% das 162 mil toneladas de lixo produzidas em 2000 foram depositadas em aterros, recebendo portanto algum tipo de tratamento. Além disso, na maioria dos municípios o lixo domiciliar era coletado todos os dias, e as vias públicas varridas diariamente em 4.163 municípios. Mas o próprio IBGE relativiza esse quadro, ao admitir que os informantes podem ter sido "demasiadamente otimistas". Assim, segundo o instituto, apesar da tendência de melhora, "não é provável que se tenha atingido a qualidade desejada de destinação final do lixo urbano no Brasil, na medida em que estes locais, por estarem geralmente na periferia das grandes cidades, não despertam interesse da população formadora de opinião". Desse modo, deixam de ser prioritários na aplicação de recursos por parte da administração municipal. Em geral, apurou o IBGE, são destinados, no máximo, 5% do orçamento à limpeza pública. Além da possibilidade de as informações não corresponderem à realidade, outro problema é o dos catadores de lixo, um contingente estimado em 24.340 pessoas nos 1.548 municípios que forneceram dados a respeito. Do total, 5.393 são crianças com até 14 anos - embora a Organização Mundial do Trabalho (OIT) tenha incluído a coleta de lixo na lista das 81 piores formas de trabalho e que, por isso, são proibidas para menores de 18 anos. "A baixa oferta de emprego empurra contingentes da população, inclusive crianças, a sobreviver do lixo ou de materiais recicláveis coletados em lixões", analisa Fábio Moraes, oficial de projetos do Unicef. A agência das Nações Unidas para a Infância e os fóruns estaduais e municipais de Lixo e Cidadania coordenam um programa para encaminhar essas crianças que trabalham em lixões para atividades educativas e lúdicas. Mas o número deve ser maior do que o apurado na pesquisa. O Unicef calcula que existam 35 mil crianças trabalhando em lixões no País.

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