Meteoro pode ter extingüido espécies entre o permiano e o triássico

Cientistas acreditavam que uma série de erupções vulcânicas na Sibéria teria matado 90% dos seres vivos entre os perídos permiano e triássico. Mas surge uma nova teoria: um meteoro pode ter extiguido as espécies, como ocorreu com os dinossauros

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cientistas que defendem a polêmica teoria de que a colisão de um meteoro coincidiu com a maior extinção em massa da história da Terra agora afirmam que o impacto pode ter ocorrido nos trópicos. A extinção ocorreu há 250 milhões de anos, entre os períodos permiano e triássico, e matou 90% das espécies da época. A mais recente extinção em massa - que matou os dinossauros há 65 milhões de anos - foi causada quando um meteoro atingiu a Terra perto da Península de Yucatán, no México. Mas eles divergem sobre as causas de extinções anteriores. A maioria dos cientistas acredita que a causa mais provável da extinção ocorrida entre o permiano e triássico tenha sido uma série de erupções vulcânicas gigantescas na Sibéria que lançaram 2,5 milhões de quilômetros cúbicos de lava e podem ter levado a catastróficas alterações ambientais. No mês passado, a equipe de Asish R. Basu, professor de geologia e meio ambiente da Universidade de Rochester, informou na revista Science ter encontrado fragmentos do meteorito em rochas vindas da Antártida. Outros pesquisadores, porém, questionaram a idade dos fragmentos. Na sexta-feira, o mesmo grupo de cientistas informou ter encontrado minúsculas esferas de vidro na mesma camada de rocha na Antártida. As esferas, disseram os cientistas, são pedaços da crosta terrestre derretidos pelo impacto do meteoro e depois resfriados. Elas também podem ser formadas em erupções vulcânicas, mas a composição do vidro não tem a aparência de lava. Em vez disso, as esferas contêm uma mescla de elementos típicos do antigo solo continental dos trópicos, com baixo teor de sódio, cálcio e magnésio e níveis altos de titânio, alumínio, silício e ferro. Se os cientistas se convencerem da prova do meteoro, vai ser reaberto o debate sobre se os meteoros podem não apenas ter sido a causa das extinções, mas ter desencadeado imensas erupções vulcânicas a milhares de quilômetros de distância, porque as erupções siberianas coincidem exatamente com a extinção entre o período permiano e triássico. A extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos coincidiu com erupções de extensão semelhante na Índia. Cada tipo de evento é raro, e duas coincidências são consideradas por alguns cientistas como altamente improváveis. Há, porém, muitos cientistas céticos em relação a essa idéia, porque a maioria dos cálculos indica que um impacto não seria suficientemente poderoso para rachar a crosta terrestre, e que as erupções na Índia começaram antes que o meteoro atingisse Yucatán.

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