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Milhares de peixes morrem no rio Pardo após vazamento de usina

Pacus, piaparas, curimbatás, pintados, mandis, cascudos e lambaris morreram, ao longo do rio Pardo, entre Serrana e Ribeirão Preto, ontem, ao serem asfixiados pela mistura de melaço à água do rio

Por Agencia Estado
Atualização:

Milhares de peixes, de várias espécies (entre elas pacu, piapara, curimbatá, pintado, mandi, cascudo e lambari), morreram ao longo do rio Pardo, entre Serrana e Ribeirão Preto, ontem, ao serem asfixiados pela mistura de melaço à água do rio. A mistura ocorreu depois que o muro de concreto de um reservatório de melaço da Usina da Pedra, de Serrana, se rompeu, de madrugada. A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) coletou amostras de água e aguarda o resultado, que deverá sair em cinco dias, para constatar o nível de poluição e autuar a usina: a multa poderá chegar a, no máximo, R$ 110 mil. A usina, que demorou para acionar a Cetesb, mas reconheceu o problema, vai repovoar o rio Pardo, em seis meses, com o dobro dos peixes mortos. O reservatório de melaço, um subproduto da fabricação de açúcar e matéria-prima na fabricação de álcool combustível, tinha cerca de 8 milhões de litros e o rombo no muro foi de 22 metros de extensão. Quase toda a quantidade espalhou-se pelo pátio e os funcionários da usina usaram bagaço de cana como barreira de contenção. Pequena parte do melaço (cerca de 100 mil litros), no entanto, chegou ao leito do rio, que passa perto da usina, através de galerias de águas pluviais. O melaço é material orgânico, não nocivo ao ser humano, mas causa redução de oxigenação na água quando ocorre a mistura, o que provoca a morte dos peixes, informou o gerente regional da Cetesb, Otávio Okano. A Cetesb foi comunicada no início da tarde de anteontem (29), quando centenas de peixes mortos já apareciam à beira dos clubes recreativos de Ribeirão Preto, a cerca de 12 quilômetros da usina. Okano considerou o caso como uma fatalidade, pois o reservatório de melaço fica distante mais de 300 metros do rio Pardo e está acima do nível da unidade produtora de açúcar. "Foi um acidente e vamos investigar o que causou o rompimento do reservatório", disse o gerente da divisão industrial da Usina da Pedra, Godofredo Machado. Desde ontem (30), segundo Machado, estão sendo levantadas as espécies de peixes que serão repovoadas no Pardo.

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