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Ministérios pretendem fiscalizar melhor poluição de navios

O acordo permitirá o mapeamento de áreas de alto risco de acidentes ambientais.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os Ministérios do Meio Ambiente e da Marinha firmaram acordo para melhorar a fiscalização da poluição provocada por navios. A falta de controle tem permitido a proliferação de uma espécie de mexilhão dourado, vindo de águas asiáticas e capaz de afetar o equilíbrio ambiental. Do tamanho de uma unha, o mexilhão viaja encrustrado no casco das embarcações ou vem misturado à água de lastro, colocada nos navios para melhorar a navegabilidade. Quando descarregam as mercadorias, os navios se livram do lastro, sem qualquer controle prévio. O mexilhão foi identificado pela primeira vez em 1991, no balneário Bagliardi, na Argentina, onde a população desses moluscos passou de cinco para 36 mil por metro quadrado. A informação é de Robson José Calixto, da Secretaria de Qualidade Ambiental do Ministéiro do Meio Ambiente. Em dez anos, diz o pesquisador, o mexilhão percorreu 1.100 quilômetros da Bacia do Prata e chegou a Itaipu. "Exemplares desta espécie foram avistados pela primeira vez na hidrelétrica no ano passado", diz. Segundo ele, biólogos já estão tentado controlar o molusco, com receio de que sua proliferação obrigue a usina a paralisar as atividades, apenas para retirar os mexilhões das turbinas. O acordo firmado com a Marinha permitirá ainda o mapeamento de áreas de alto risco de acidentes ambientais por vazamento de óleo. A fiscalização nestas zonas será redobrada. O mapa identificará os ecossistemas mais frágeis, o que contribuirá para decisões de controle de poluição em caso de acidente por petróleo. O maior acidente já ocorrido foi na Baía da Guanabara, com o vazamento de óleo por falha em dutos da Petrobras. O ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, acredita que a empresa está tentando reverter o passivo ambiental, modernizando seus equipamentos. Carvalho ressaltou também que o País tem ampliado a capacidade de produção de petróleo em águas profundas, e que os riscos de acidentes são inerentes a estas atividades.

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