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Ministros se reúnem para determinar sobrevivência de Kyoto

Por Agencia Estado
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O primeiro-ministro do Canadá, Paul Martin, abriu nesta quarta-feira uma sessão de alto nível da 11.ª Conferência sobre o Clima (COP11), promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Montreal, recebendo ministros de Ambiente de países de todo o mundo engajados em negociações para determinar se o Protocolo de Kyoto é capaz de sobreviver. Ele criticou duramente os Estados Unidos por não terem aderido ao pacto ambiental e resistir aos esforços para diminuir as emissões de gases causadores do efeito estufa, acusado pela maior parte dos cientistas de ser o principal responsável pelo aquecimento global. Divergências Representantes dos governos envolvidos nas negociações passaram a última semana engajados no estabelecimento das bases de um eventual acordo, mas os políticos ainda precisam solucionar as divergências mais importantes. A principal questão a se definir é se os países aceitarão promover novos cortes de emissões de poluentes depois de 2012, quando termina a primeira fase do Protocolo de Kyoto. Os Estados Unidos, apesar de não participarem do pacto global, tentam evitar que os signatários do acordo se comprometam com novas metas depois de 2012. Todas as nações Durante seu discurso para ministros de Ambiente de mais de 120 países, Martin qualificou como "uma obrigação de todas as nações" o comprometimento com novas e mais ousadas metas de redução de gases causadores do efeito estufa. "As mudanças climáticas representam um desafio ao mundo que exige uma resposta global. Existem algumas nações que resistem, vozes que tentam subestimar a urgência ou os dados científicos, declarando, seja com palavras ou com indiferença, que isso não é problema delas", disse ele durante o discurso. Pouco depois, em conversa com jornalistas, ele foi mais explícito: "Às nações reticentes, entre elas os Estados Unidos, tenho a dizer que existe uma coisa chamada consciência global e agora é a hora de ouvi-la". Iglus derretendo Enquanto isso, nativos do Ártico, cujos iglus começaram a derreter por causa do aumento da temperatura na região, anunciaram durante o encontro que estão preparando uma denúncia contra os EUA por abuso dos direitos humanos, numa tentativa de pressionar o governo americano a assumir algum compromisso para reduzir suas emissões de poluentes. O governo George W. Bush retirou os EUA das negociações do Protocolo de Kyoto em 2001 sob a alegação de que o pacto ambiental prejudicaria a economia americana e deixaria o país em desvantagem competitiva com relação à Índia e à China, que não estão obrigadas a cumprir as metas do tratado. Entre as nações industrializadas, somente EUA e Austrália rejeitaram o Protocolo de Kyoto que prevê conseguir até 2012 uma redução média de 5% nas emissões de gases em relação ao que se emitia em 1990. Observadores americanos enviados a Montreal alegaram que Washington prefere buscar acordos bilaterais ou regionais e adotar medidas voluntárias para reduzir suas emissões de poluentes.

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