Mistério no Sistema Solar: Sedna gira sem lua

Lenta rotação do planetóide indicaria existência de lua. Mas nada aparece nas últimas fotos tiradas pelo Hubble

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Por Agencia Estado
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As últimas fotos do recém descoberto planetóide Sedna mostram-no girando só, sem lua, a cerca de 13 bilhões de quilômetros da Terra. Sedna, entretanto, deve ter uma lua escondida em algum lugar. Ou muito escura para ser fotografada pelo Telescópio Espacial Hubble, insiste o astrônomo Mike Brown, seu descobridor. Dada a lenta rotação do planetóide, a aparente falta de lua é incongruente, na opinião de Brown, do Instituto de Tecnologia da Califórnia. ?Ainda estou convencido de que há uma lá. Apenas é muito mais escura do que esperávamos e ainda não a vimos.? De 1.250 a 1.600 quilômetros de diâmetro, Sedna é muito pequeno para ser qualificado como planeta. Tem apenas cerca de três quartos do tamanho de Plutão, seu vizinho mais próximo. Corpos celestes desse tamanho podem completar uma rotação em questão de horas, mas observações feitas até aqui mostram que ele leva de 20 a 40 dias para completá-la, possivelmente devido à resistência que uma lua oferece, segundo Brown. O Hubble fez 35 imagens visíveis, em março, depois que Brown anunciou a descoberta desse mundo gelado e vermelho ? o mais distante objeto de nosso sistema solar. As fotos mostram Sedna com uma estrela distante e tênue ao fundo. Há uma pequena chance de uma lua estar atrás ou na frente ? e indistinguível ? do planetóide, afirma o astrônomo. Enquanto o primeiro conjunto de imagens concentrou-se na luz azul, para determinar mais acuradamente o tamanho de Sedna, este último - divulgadas pelo Instituto de Ciência e do Telescópio Espacial, sediado em Baltimore, que é responsável pela operação do Hubble - também levantou a possibilidade de examinar uma lua fracamente iluminada. Brown diz que pretende usar o Hubble novamente e concentrar-se mais no final vermelho do espectro de luz visível, na esperança de detectar o companheiro do planetóide. Se houver uma lua, Brown acredita que esteja cerca de 650 quilômetros distante. Outras possibilidades incluem a destruição ou a perda da lua, depois que ela reduziu a rotação de Sedna. O planetóide, que se acredita seja metade pedra metade gelo, recebeu esse nome em homenagem a uma deusa dos povos esquimós que, segundo a mitologia inuit, criou o mar e as criaturas do Ártico.

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