Mono-carvoreiro, considerado extinto no Rio, aparece na mata
Um exemplo de como um animal considerado extinto na natureza pode, de repente, figurar em outra categoria menos ameaçada na Lista Vermelha da IUCN pode ser dado pelos biólogos e ecologistas que trabalham no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Ali, registros recentes em vídeo mostram o mono-carvoeiro, ou muriqui, o maior primata das Américas, que é considerado extinto no Rio por décadas. No parque, a administração trabalha em parceria com uma ONG de Teresópolis, a Tereviva, através do programa Muriqui. De acordo com Márcia Moreira, coordenadora de comunicação do parque, o encontro desses primatas começou com relatos esparsos de montanhistas. Com base nessas evidências, a direção do parque fez "várias expedições científicas, e para surpresa dos pesquisadores, foram encontrados vários indivíduos (de mono-carvoeiro), superando as expectativas". Ainda segundo Márcia, na última expedição imagens em vídeo doméstico registram um grupo grande com filhotes. O mono-carvoeiro teve seu hábitat espalhado pela mata atlântica e, com a fragmentação desse bioma, está restrito aos remanescentes de maior volume, como os maciços no Vale do Ribeira em São Paulo e no Paraná.