Monsanto deixa de vender soja transgênica na Argentina

"Muitos produtores extraem as sementes somente para vendê-las ilegalmente", acusa representante da empresa

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Monsanto deixou de vender, desde o mês passado, sementes de soja na Argentina, o terceiro produtor mundial da oleaginosa, porque não consegue ganhar nada com o negócio. A companhia diz que um gigantesco mercado negro para as sementes transgênicas torna impossível recuperar os investimentos. Até que isso mude, a Monsanto assegura que não venderá sementes novas e melhoradas de soja, nem empreenderá estudos para desenvolver variedades sob medida para as condições locais. A decisão despertou temores de que os produtores venham a perder os avanços biotecnológicos e novas variedades de sementes, e de que outras empresas abandonem a Argentina. A soja transgênica, popular entre os produtores porque lhes permite economizar na utilização de herbicidas, se converteu no principal cultivo da Argentina e na fonte central de ingresso de moeda estrangeira, apesar da oposição de consumidores e ambientalistas. De acordo com Federico Ovejero, porta-voz de Monsanto Argentina, no entanto, entre 50% e 60% das sementes de soja na Argentina são compradas no mercado negro. Ele assegurou, porém, que os produtores argentinos não precisam pagar royalties à Monsanto quando replantam as sementes geneticamente modificadas, devido a uma isenção de impostos disposta pela lei. "Mas muitos produtores extraem as sementes somente para vendê-las ilegalmente", acusou.

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