Moradores da Vila Carioca fazem exames para detectar contaminação

Os moradores podem ter sido contaminados por resíduos enterrados no terminal de distribuição e combustíveis da Shell

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Por Agencia Estado
Atualização:

Integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Postos de Combustíveis, da Câmara Municipal de São Paulo, e técnicos do laboratório Jablonka colheram nesta sexta-feira amostras de sangue e urina de 28 moradores da Vila Carioca, na zona sul de São Paulo. De acordo com o presidente da CPI, vereador Jooji Hato (PMDB), os moradores podem ter sido contaminados por resíduos enterrados no terminal de distribuição e combustíveis da Shell. Segundo o diretor técnico do laboratório, Fernando Jablonka, serão feitos hemogramas, análises de anemia e exames para detectar infecções e intoxicações por substâncias como tolueno e xileno. Os resultados das amostras, em um serviço gratuito, devem estar prontos em 15 dias. A Shell já informou que, como ainda se trata de suposição, a empresa só se manifestará a respeito caso a solicitação seja oficializada. Essa é a segunda vez que os moradores da região passam por exames. Na primeira, recolheram-se amostras de fios de cabelo para detectar a existência de metais pesados. O resultado estará à disposição na próxima semana. Além de análises de sangue, os moradores serão submetidos a exames de gordura, para identificar a presença de pesticidas. Segundo Hato, o Ministério Público Estadual (MPE) apontou uma suposta contaminação na Vila Carioca causada pelas borras (derivado do petróleo) dos tanques da Shell, que eram enterradas no terreno da empresa até a década de 1980. "São 30 mil pessoas na região. O desespero daquela gente é imaginar estar contaminada." Laudos da Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) apontam que o solo próximo do depósito está contaminado por solventes, principalmente benzeno e materiais pesados, como chumbo. A CPI ainda constatou que cerca de 80% dos postos de gasolina da capital não estão totalmente regularizados nos órgãos públicos. Os donos de postos reclamam do excesso de burocracia.

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