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Moradores expostos a solventes são examinados

Vinte e três moradores do bairro Santa Cândida, em Campinas, a 90 quilômetros de São Paulo, expostos à contaminação da indústria de solventes Proquima, começaram a ser examinados esta semana pela Vigilância de Saúde Ambiental da cidade

Por Agencia Estado
Atualização:

Vinte e três moradores do bairro Santa Cândida, em Campinas, a 90 quilômetros de São Paulo, expostos à contaminação da indústria de solventes Proquima, começaram a ser examinados esta semana pela Vigilância de Saúde Ambiental da cidade. Eles estão sendo submetidos a uma investigação de saúde conhecida como clínico-epidemiológica. Os exames tiveram início nesta quarta-feira com os moradores que vivem no bairro há mais de 10 anos e consumiram água do lençol freático contaminada por solventes, conforme laudos recentes. Os 23 moradores foram convidados a coletar material para análises laboratoriais no próximo dia 4. Os que se dispuserem também serão chamados para uma consulta médica, em 13 de novembro. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a partir do resultado desses exames será avaliada a necessidade de estender o procedimento aos cerca de mil moradores do bairro. A Vigilância pretende avaliar ainda os trabalhadores da construtora Concima, que comprou o terreno onde funcionou a Proquima e instalou no local o condomínio Mansões de Santo Antônio, e funcionários de uma garagem de ônibus que utilizava água de um poço com alta concentração de resíduos tóxicos para lavar os veículos da empresa. Esse grupo é formado por cerca de 400 pessoas. No condomínio, três edifícios foram erguidos, mas apenas um concluído, no qual residem 43 famílias. As obras dos outros dois estão embargadas até que seja feita a recuperação da área. As famílias continuam no local porque não mantêm contato nem com o solo nem com a água contaminada. A Proquima fabricava produtos de limpeza e recuperava solventes, a partir de resíduos industriais ou solventes contaminados. Depois de 20 anos instalada no bairro, a empresa encerrou suas atividades em 1996. Em abril deste ano, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) notificou a prefeitura sobre a contaminação do solo e do lençol freático na área ao redor da antiga fábrica. A Secretaria Municipal de Saúde interditou 19 poços, lacrou uma nascente e outros três poços no bairro.

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