Morre bezerra que era clone de outro clone

Nascida em fevereiro, Vitoriosa da Embrapa vinha se desenvolvendo bem, mas morreu por choque de hipertensão

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A bezerra Vitoriosa da Embrapa, clone de um animal clonado, morreu no último 30 de maio às 13h00, por choque cardiogênico causado por hipertensão arterial. O animal nasceu no dia 5 de fevereiro e vinha apresentando crescimento adequado ao padrão de sua raça, simental, ganhando cerca de 1,2 a 1,3 quilo por dia, segundo a assessoria de imprensa da Embrapa. Vitoriosa é filha de outro clone, a Vitória da Embrapa, primeiro clone bovino da América Latina, nascido em 2001. Foi gerada a partir de células isoladas de um pedaço de pele retirado da orelha de Vitória, quando esse animal tinha aproximadamente um ano de idade. Os pesquisadores não podem afirmar que os problemas de hipertensão sejam provocados pelo fato de Vitoriosa ser um animal clonado. "Existem registros de hipertensão arterial em outros casos de clonagem na literatura científica e também em animais que não são clones", disse o veterinário Rodolfo Rumpf, coordenador do projeto. A mãe de Vitoriosa, com três anos e três meses de idade, está em ótimo estado de saúde, segundo a Embrapa. A empresa busca uma tecnologia que permita preservar espécies ameaçadas de extinção e também melhorar o rebanho nacional, com a reprodução de animais mais resistentes a doenças e parasitas. Vitoriosa era resultado de um experimento realizado nos laboratórios de reprodução animal da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 40 unidades da Embrapa, localizada em Brasília. O desenvolvimento do clone do clone fazia parte da tese de doutorado da estudante Lílian Iguma, que está sendo desenvolvida no Curso de Pós-Graduação em Biologia Molecular da Universidade de Brasília (UnB). No experimento foram produzidos 35 embriões que foram transferidos para 17 receptoras, ou "mães de aluguel", como são mais conhecidas. No dia 5 de fevereiro, também às 13h00, depois de 293 dias de gestação, uma das receptoras deu à luz a bezerrinha. Desde o seu nascimento, Vitoriosa era monitorada em relação aos aspectos clínicos, hematológicos e bioquímicos pela equipe da Unidade da Embrapa e do Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (UnB).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.