Morre o físico que armou a bomba de Hiroshima

Philip Morrison tinha 89 anos. Depois da Segunda Guerra, tornou-se um ativista contra a corrida nuclear

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Por Agencia Estado
Atualização:

O astrofísico norte-americano Philip Morrison, que participou da construção da primeira bomba-atômica e depois passou a lutar contra a corrida nuclear, morreu aos 89 anos, na sexta-feira. A informação foi dada nesta terça pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Morrison era um dos pesquisadores da equipe do Projeto Manhattan, liderado por Robert Oppenheimer, e foi quem armou na ilha de Tinian (no Pacífico) a bomba lançada em Hiroshima, em 1945. Ele também liderou pesquisas sobre a existência de vida inteligente fora da Terra. Segundo o site do MIT, onde o físico lecionou durante 40 anos, ele morreu dormindo em casa, em Cambridge (Massachusetts). Morrison era conhecido pelo grande público por apresentar uma série científica na rede de televisão PBS. Bombas e luta pela paz Em 1945, ele transportou a primeira bomba de plutônio, no banco de trás do seu carro, desde o laboratório em Los Alamos até o campo de testes no Novo México. No mesmo ano, integrou o grupo de cientistas em Tinian, onde foram armadas as duas bombas lançadas no Japão, e participou da missão que avaliou os danos em Nagasaki. No fim da Segunda Guerra, com Hiroshima e Nagasaki arrasadas pelas bombas atômicas, Morrison ajudou a fundar a Federação dos Cientistas Americanos e passou a lutar contra a proliferação de armas nucleares, ao lado de Albert Einstein e outros. Nascido em 1915 em Sommerville (Nova Jersey), Morrison cresceu em Pittsburgh (Pensilvânia), onde estudou no Instituto de Tecnologia de Carnegie, atualmente Carnegie Mellon. Estudou na Universidade da Califórnia, em Berkeley, onde fez doutorado em física com a orientação de Oppenheimer. Nota do Editor: Este texto foi alterado em 26/04/05 para correção do dia da morte de Morrison e para a inclusão de mais informações sobre sua vida.

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