Morre o indigenista Orlando Villas Bôas

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Por Agencia Estado
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O indigenista Orlando Villas Bôas, de 86 anos, morreu hoje às 14h27, vítima de falência de múltiplos órgãos, desencadeada por um processo agudo de infecção intestinal. A morte foi confirmada pelo hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde ele estava internado em unidade de terapia intensiva (UTI) desde o dia 14 de novembro. Boletim médico divulgado pela assessoria de imprensa do Einstein, na última segunda-feira, já indicava um quadro de falência de múltiplos órgãos. O grande último projeto em que se envolveu Villas Bôas foi a elaboração, em parceria com a Agência Estado, do livro "O Xingu dos Villas Bôas", que conta a saga dos irmãos Orlando, Leonardo, Cláudio e Álvaro em suas expedições de contato com os índios do Xingu, nas décadas de 40 e 50. A obra também é mostrada, ampliada, em um site criado pelo Portal Estadão. (http://www.estadao.com.br/villasboas/). Orlando é o último de três irmãos que lideraram a expedição Roncador-Xingu, que começou em 1943. Na viagem, tiveram contato com 14 tribos indígenas, tomando o cuidado de obter permissão dos índios para estabelecer as bases da Fundação Brasil Central, que era responsável pela expedição. Pelo trabalho, Orlando e os irmãos foram indicados para o Prêmio Nobel da Paz em 1976. O sertanista nasceu em uma fazenda de café no interior de São Paulo, em 12 de janeiro de 1914, ele deixou os estudos para ajudar a sustentar a família de oito irmãos por causa da morte dos pais. Sem completar o segundo grau, Orlando escreveu, usando material e as observações feitas na expedição, 12 livros e inúmeros artigos em jornais e revistas. Leia o boletim médico divulgado pelo hospital: O Hospital Israelita Albert Einstein informa, com pesar, o falecimento do Sr. Orlando Villas Boas, às 14h27, em decorrência de falência de múltiplos órgãos, desencadeada por um processo agudo de infecção intestinal. A diretoria da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein estende, nesse momento, suas condolências à família do paciente. São Paulo, 12 de dezembro de 2002. Dr. José Henrique Germann Ferreira Médico Superintendente Dr. Sérgio Reynaldo Stella responsável pelo paciente Leia o especial o Cacique branco do Xingu

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