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MP diz que Hernandes usam filantropia para lavar dinheiro

Promotores da Justiça Estadual constatam condições precárias nas instituições sociais mantidas pela Renascer

Por Ricardo Westin
Atualização:

Para o Ministério Público Estadual, os líderes da Igreja Renascer em Cristo, Estevam e Sônia Hernandes, usam instituições filantrópicas com a chancela da religião para lavagem de dinheiro. Nesta terça-feira, 23, o MPE apresentou novas provas que serão acrescentadas ao processo judicial contra os religiosos, que atualmente cumprem pena nos Estados Unidos e já têm prisão preventiva decretada no País. Com o apoio da Polícia Federal, os promotores da Justiça Estadual inspecionaram três instituições sociais mantidas pela Renascer. O objetivo era verificar justamente se o dinheiro doado pelos seguidores da igreja era realmente aplicado em filantropia. As condições nos locais eram precárias. "Isso mostra que as instituições servem de fachada para que os líderes da Renascer enriqueçam às custas dos fiéis", disse o promotor Marcelo Mendroni, um dos responsáveis pela investigação no MPE. No ano passado, os bispos disseram, em depoimento, que o dinheiro recebido nas doações dos cultos da Renascer seriam destinados às instituições Casa Lar, em Franco da Rocha, Núcleo Assis, em Heliópolis, na capital paulista, e Casa de Recuperação, em Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo. A Renascer reagiu à denúncia horas mais tarde, em nota emitida por sua assessoria de imprensa. No texto, assinado em nome da instituição, a Igreja se declara "indignada" e "perplexa" com as acusações, e convida jornalistas a conhecer suas entidades assistenciais, afirmando  que "a mentira não resiste a uma reportagem bem feita". Prisão nos EUA Em agosto, os líderes da Igreja Renascer em Cristo foram condenados a 10 meses de prisão Estados Unidos por usar uma Bíblia e a mochila de seus filhos para carregar 56 mil dólares não declarados para dentro do País. Estevam e Sônia se declararam culpados em troca de uma sentença mais branda. Ambos receberam sentença de 10 meses divididas entre prisão domiciliar e cadeia. O casal Hernandes é dono de uma rede de estações de televisão e de rádio e mais de 1.100 igrejas. Promotores dizem que eles possuem significativas propriedades imobiliárias, incluindo um apartamento de luxo em Miami.

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