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Mudança climática ameaça a costa britânica, diz governo

Relatório oficial informou que 2006 foi o ano mais quente já registrado para os oceanos britânicos

Por Associated Press
Atualização:

A mudança climática está aquecendo águas britânicas, erodindo a costa, prejudicando a vida marinha e aumentando o risco de o país ser atingido por tempestades e enchentes devastadoras, informou o governo britânico em relatório divulgado nesta quarta-feira, 16. O levantamento - chamado 'impactos na mudanças do clima marinho' - foi realizado por uma coalizão conjunta de membros do governo e pesquisadores e conclui que 2006 foi o ano mais quente já registrado para os mares britânicos. Sete dos 10 anos mais quentes para o clima marinho na região foram registrado na última década. Veja também: 2007 foi o segundo ano mais quente num século, diz Nasa As temperaturas já afetaram os plânctons, microorganismos que formam a base do ecossistema dos oceanos. No Mar do Norte, a população, antes predominante, dos plânctons de água fria da espécie Calanus finmarchicus diminuiu 70% desde os anos 60, informa o relatório. Peixes de água fria também estão sendo afetados, o que causa a diminuição do alimento de algumas espécies de aves marinhas britânicas, além de afetar a indústria pesqueira. Os cientistas que elaboraram o estudo afirmam que o relatório deve ser visto como um chamado para uma ação da sociedade. "Nossos invernos estão mais quentes e chuvosos, o nível do mar está subindo e a erosão está aumentando", declarou Richard Lochhead, secretário do meio ambiente britânico. "Esses fatos estão acontecendo e nós precisamos tomar uma atitude", completa. Segundo o relatório, os oceanos britânicos também estão se tornando mais ácidos e violentos. Alguns cientistas registraram ondas maiores nos mares ao leste e norte do país, enquanto outros diagnosticaram que composição da água dos oceanos da região está mais ácida e apresenta maiores índices de dióxido de carbono. O processo de erosão do solo também está acelerado, o que pode levar ao aumento da profundidade dos oceanos. O estudo alerta ainda sobre o risco de enchentes de mares e rios, dizendo que o aumento do volume de águas está diretamente associado ao aquecimento global.

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