Mulher que sofre de Alzheimer dá à luz bebê saudável

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Por Agencia Estado
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Uma mulher que sofre de uma forma rara e hereditária de Alzheimer deu à luz uma menina totalmente saudável graças à técnica de seleção de embriões antes de gravidez. Essa foi a primeira vez que testes genéticos foram usados para prevenir o mal de Alzheimer. O procedimento foi realizado por médicos de duas clínicas particulares de Chicago e relatado nesta quarta-feira na revista da Associação Médica dos Estados Unidos. Debate ético Apesar de o bebê não apresentar a doença depois de completar 17 meses, a experiência está sendo contestada do ponto de vista ético. Isso porque a mãe da criança, que tem 30 anos e cuja identidade não foi revelada, deve morrer em poucos anos. Ela tem uma forma rara de Alzheimer que se desenvolve até os 40 anos e ataca 1% dos pacientes da doença. "Logo, a mãe nem será capaz de reconhecer a filha", disseram em artigo na mesma revista Roberta Springer Loewy e Dena Turner, da Universidade da California. Bebês ideais Outro debate surgiu em torno da seleção de embriões. Os óvulos da mãe e os espermatozóides do pai foram fecundados em laboratório e testados geneticamente. Somente os embriões saudáveis foram implantados no útero da mulher. Para alguns cientistas, a linha divisória entre as "características não desejadas" e as doenças começa a ficar cada vez menor. Muitos acham que os os pais podem passar a querer escolher "bebês ideais". Yury Verlinsky, médico responsável pelo procedimento, afirma que a experiência não teria os mesmos resultados na maioria das famílias que sofrem do mal de Alzheimer. Isso porque há uma grande dificuldade de identificação dos genes causadores da doença. "É importante que as pessoas reconheçam que isso não representa uma estratégia com grande impacto na saúde pública", disse o vice-presidente da Associação de Alzheimer, William Thies.

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