Multinacionais que exploram meio ambiente revêem posição

A intenção é ?incorporar? à economia mundial cerca de quatro bilhões de pessoas que hoje pouco se beneficiam do desenvolvimento econômico

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Por Agencia Estado
Atualização:

As grandes empresas envolvidas mais diretamente com a exploração do meio ambiente estão revendo a sua postura e agora defendem abertamente o que chamam de ?sobrevivência sustentável?, com maior respeito ao meio ambiente e a busca de novos consumidores, especialmente os mais pobres. A intenção é ?incorporar? à economia mundial cerca de quatro bilhões de pessoas que hoje pouco se beneficiam do desenvolvimento econômico. A posição foi exposta pelo diretor do Comitê Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), Eugênio Clariond Reyes, em palestra nesta tarde em reunião anual da entidade, a primeira realizada num país emergente, reunindo presidentes de grandes multinacionais, como Shell e Toyota. ?São pessoas que não têm endereço, não têm conta bancária, mas que se beneficiariam muito se tivessem acesso aos produtos que desenvolvemos. Além de preservar mais o meio ambiente, temos de desenvolver produtos bons para essas pessoas?, complementou. Bjorn Stingson, presidente mundial do conselho, disse que a entidade ?é um dos frutos? da Conferência Rio-92, realizada no Rio de Janeiro há 11 anos para tratar das questões referentes ao meio ambiente no mundo. ?Nós surgimos cinco anos depois da Rio-92 e é com satisfação que registramos um número crescente de empresas preocupadas com a sobrevivência sustentável?, disse Stingson. A entidade mundial congrega 165 grandes grupos internacionais, com sede em Genebra. Essas empresas, em sua maioria, dedicam-se à exploração do meio ambiente, especialmente de energia (petróleo e gás), florestas e mineração. Reyes disse que a postura do Conselho Mundial, de buscar formas de integrar a população pobre mundial ao mercado de consumo, ?não é filantropia ou caridade?. ?Estamos falando de negócios?, enfatizou. Segundo ele, se essas empresas conseguirem incorporar mais consumidores, ?todos se beneficiarão?. No Brasil, a entidade congrega cerca de 60 empresas, segundo o novo presidente da entidade, José Armando Campos, presidente da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST).

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