Não voltar à Lua será 'catastrófico', diz ex-astronauta

Barack Obama cancelou em fevereiro missão espacial da Nasa que previa volta ao satélite em 2020

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Por Pallab Ghosh
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Astronautas que já foram à Lua criticaram a decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciada no mês passado, de cancelar as missões "Constellation" que promoveriam a volta ao satélite da Terra em 2020. Em entrevista à BBC, Jim Lovell, o comandante da mal-fadada missão "Apollo 13" - que não conseguiu pousar na Lua por problemas técnicos - afirmou que a decisão de Obama vai ter "consequências catastróficas". O último homem a pôr os pés na Lua, Eugene Cernan, classificou a decisão de "decepcionante". As missões "Constellation" tinham sido aprovadas pelo ex-presidente George W. Bush, mas Obama decidiu cancelá-las por considerar o projeto caro demais, "atrasado e pouco inovador". A agência espacial americana, a Nasa, já tinha investido US$ 9 bilhões no projeto (cerca de R$ 15 bilhões). Mesmo com o cancelamento de "Constellation", a Nasa ainda pretende enviar astronautas à Lua, mas cada vez mais gente acha que isso jamais voltará a acontecer. 'Liderança moral' O astronauta Eugene Cernan, que tocou a Lua com a Apollo 17 em 1972, disse que na época não pensou que fosse virar o último homem a pisar em solo lunar. "Estou muito decepcionado por ainda ser o último homem na Lua. Pensei que fôssemos voltar lá muito antes", disse Cernan à BBC. Para ele, a volta da Nasa ao satélite é uma responsabilidade para manter a liderança americano tanto na área tecnológica quanto moral. Cernan diz se tratar de uma "busca por conhecimento". "A curiosidade é a essência da existência humana", disse à BBC. Opinião parecida com a do comandante Jim Lovell, que considera que "as consequências não foram avaliadas" pelo governo. "Pessoalmente, acho que as consequências sobre a nossa capacidade de explorar o espaço e sobre as vantagens que podemos obter por causa da tecnologia espacial vão ser catastróficas", disse Lovell. Já o primeiro homem a ir à Lua, o célebre Neil Armstrong, que pousou com a Apollo 11 em julho de 1969, evitou críticas à decisão de Barack Obama. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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