Nasa descarta presença de oceanos em Marte

Em vez de nos referirmos a oceanos, talvez devêssemos falar de geleiras", afirmou Philip Christensen, professor de ciências geológicas da Universidade do Arizona.

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Por Agencia Estado
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Um instrumento instalado na sonda Mars Global Suveyor, da Nasa, possibilitou a constatação de que nunca houve oceanos em Marte, como se achava. Isso, no entanto, não põe totalmente de lado a esperança de que sejam encontrados sinais de vida nesse planeta. A conclusão foi resultado da análise de dados recebidos pelo espectrômetro de emissão térmica (TES, em inglês), instalado pela agência espacial americana na sonda. O TES determinou a presença de quantidades ínfimas de pedra calcária na superfície de Marte. "Em vez de nos referirmos a oceanos, talvez devêssemos falar de geleiras", afirmou Philip Christensen, professor de ciências geológicas da Universidade do Arizona. "Um oceano congelado não formaria carbonatos. Acredito que Marte tem bastante água, mas é congelada na maior parte do tempo. Isso é coerente com o que vimos." Ele e outros geólogos da universidade publicam amanhã um artigo sobre o assunto na revista Nature. Até agora, os cientistas achavam que, pelo fato de a atmosfera marciana ser formada principalmente por dióxido de carbono, qualquer massa de água sobre o planeta teria de dar origem a grandes depósitos de minerais carbonatados, como na Terra. "Achamos que essas pequenas quantidades de minerais carbonatados verificadas provêm da interação da atmosfera com a poeira marciana", explica Christensen. Ele considera que mesmo que não tenha havido grandes quantidades de água líquida em Marte, algumas formas de vida poderiam existir lá. "Há a possibilidade de que, de vez em quando, o gelo e a neve tenham derretido, formando aqueles sulcos, e depois tenham recongelado." O geólogo Matt Golombeck, do Laboratório de Propulsão a Jato, a agência principal no programa de exploração de Marte na Nasa, concorda e observa: "Na Terra, há comunidades de micróbios que vivem à margem das geleiras, onde há correntes de água, mesmo que o padrão dominante seja o gelo."

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