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Neurocientistas acham vínculo entre generosidade e felicidade

Interação entre as áreas do cérebro explicaria por que uma pessoa é altruísta até mesmo quando isso envolve um custo para ela

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Por Redação
Atualização:

LUBECK - A interação entre as áreas do cérebro responsáveis pela generosidade e a felicidade explicaria por que uma pessoa é altruísta até mesmo quando isso envolve um custo pessoal, revelou uma pesquisa da Universidade de Lubeck, na Alemanha, publicada na revista científica Nature.

Os pesquisadores descobriram que os participantes que usaram o seu dinheiro com outros também se mostraram mais generosos na hora de realizar tarefas independentes Foto: Joelfotos/Pixabay

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Todas as sociedades e culturas valorizam o comportamento generoso, mas a teoria econômica sempre fracassou quando o assunto era explicar a generosidade envolvendo investir os próprios recursos em benefício do outro.

A psicologia já tinha sugerido que o motivo para o comportamento altruísta é o aumento que a felicidade provoca. No entanto, não oferecia um entendimento do mecanismo dos processos neurais que os vinculam.

Para investigar esses processos do cérebro, a professora Soyoung Park, do Departamento de Psicologia da Universidade de Lubeck, dirigiu um estudo que analisou a atividade cerebral de 50 participantes. Os voluntários receberam uma quantidade de dinheiro durante quatro semanas: 25 deles foram instruídos a gastar em benefício próprio, a outra metade foi orientada a gastar com outra pessoa.

Os pesquisadores descobriram que os participantes que usaram o seu dinheiro com outros também se mostraram mais generosos na hora de realizar tarefas independentes e que seus cérebros mostraram mais atividade em uma área vinculada ao sentimento de felicidade.

Através de imagens de ressonância magnética foi possível descobrir que as decisões generosas envolviam mais a área cerebral conhecida como junção têmporo-parietal e modulavam a conectividade entre essa região e o núcleo estriado relacionado com a mudança na felicidade.

De fato, algumas lesões no núcleo estriado foram associadas a casos de "generosidade patológica" e falência pessoal, sugerindo que essa área estaria encarregada de inclinar a balança para o interesse próprio em situações em que o altruísmo demanda um custo pessoal.

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As conclusões do estudo poderiam ter importantes implicações não só na neurociência, mas na educação, na política, na economia e na saúde, já que, atualmente, de acordo com os pesquisadores, a sociedade subestima os benefícios sociais e individuais do comportamento generoso e superestima o efeito em dos motivos egoístas para alcançar a felicidade. /EFE

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