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Nikita é solta em Cabo Frio

Fêmea de lobo marinho segue nadando para o Sul, depois de pegar uma carona de 1,9 mil quilômetros, numa fragata da Marinha.

Por Agencia Estado
Atualização:

Nikita, a fêmea de lobo marinho (Arctocephalus tropicalis), encontrada há três meses no Canal de Itapessoca, em Pernambuco, está nadando de volta para os mares gelados do Cone Sul, depois de desembarcar da Fragata União, nesta manhã, a 25 milhas de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. O animal enfrentou bem a viagem de 4 dias a bordo do navio da Marinha, onde contou com a assistência de um veterinário do Centro de Mamíferos Aquáticos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (CMA-Ibama). Ao ser solta no mar, logo saiu nadando para o Sul. Ela ainda enfrentará cerca de 3.500 km até a região onde vivem as colônias de sua espécie, no extremo sul da Argentina e Chile, mas as correntes marinhas devem facilitar a jornada. Conforme explica o comandante Carlos Afonso Fernandes Testoni, capitão de mar e guerra da Marinha, a carona para Nikita foi acertada entre a Capitania dos Portos de Pernambuco e o CMA, aproveitando a passagem da Fragata União, que voltava ao Rio de Janeiro depois de participar de duas operações entre marinhas amigas, uma com navios da Argentina, Venezuela, Uruguai, Espanha e Estados Unidos, entre o Rio e Salvador, e outra apenas com a Venezuela e Espanha, em Fortaleza. A escala da fragata em Recife já estava prevista e coincidiu com o pedido de transporte do CMA, que inicialmente havia solicitado a soltura a 20 milhas da costa pernambucana. "Aproveitando a passagem do navio, a carona acabou economizando uns mil e novecentos quilômetros de nado para a Nikita", observou o comandante Testoni. A jovem fêmea de lobo marinho foi encontrada no início de agosto, muito debilitada e, nos três meses em que passou no CMA, em Itamaracá (PE) recebeu alimentação vitaminada e cuidados veterinários, engordando 5kg e recuperando as forças para empreender a longa viagem de volta. Ela também ganhou um brinco e microchips, que permitirão identificá-la, caso seja encontrada novamente.

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