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Nível do mar pode subir o dobro do previsto para 2100

Cientistas estimam aumento de até um metro devido ao derretimento de geleiras na Groenlândia e Antártida

Por Efe
Atualização:

Especialistas de várias universidades advertiram nesta terça-feira, 10, no Congresso Científico Internacional sobre a Mudança Climática de Copenhague, que estudos recentes apontam que o nível do mar pode subir em até um metro para 2100, o dobro da última estimativa da ONU. A principal causa desse aumento é o degelo das geleiras, assim como da massa polar da Groenlândia e Antártida, que estão derretendo em ritmo acima do esperado. Veja também: UE quer investir 175 bi de euros por ano contra aquecimento Especial: Quiz: você tem uma vida sustentável?  Especial: Evolução das emissões de carbono    Dessa forma, os oceanos continuam a se expandir, destacou o professor John Church, do Centro Australiano para Investigação do Clima e Tempo. "Observações por satélites e terrestres mais recentes mostram que o nível do mar continua subindo 3 milímetros por ano, uma cifra bem acima da média do século XX", afirmou Church, que presidiu uma mesa redonda com outros cientistas. A previsão mais otimista lançada no Congresso é de uma subida do nível do mar de 50 centímetros para 2010. Os especialistas advertiram ainda que se a emissões de gases do efeito estufa não forem reduzidas de forma rápida e substancial, o crescimento dos mares afetará, na melhor das hipóteses, 10% da população mundial. O último informe do Grupo Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC) da ONU, lançado em 2007, estimou que o aumento seria entre 18 e 50 centímetros, desprezando nos cálculos fatores como a reação de massas polares na Groenlândia e Antártida às alterações climáticas. Konrad Steffen, diretor do Instituto Cooperativo para a Investigação em Ciências de Meio Ambiente da Universidade do Colorado (EUA), ressaltou que haverá também grandes diferenças regionais por causa do crescimento do nível dos oceanos, dependendo da localização da origem do derretimento do gelo. O Congresso de Copenhague reúne a partir desta terça-feira mais de 2 mil participantes, com 1,6 mil contribuições científicas de especialistas de 70 países. As conclusões preliminares serão apresentadas na quinta-feira, durante uma sessão final, e formarão parte de um informe que será publicado em junho e entregue a todos os participantes da cúpula climática mundial de dezembro, que também acontecerá na capital dinamarquesa. Nesta reunião, espera-se um consenso para um acordo que substitua o Protocolo de Kioto, que expira em 2012.

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