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Óleo de fritura vai ajudar pesquisas com biodiesel

Resíduos das cozinhas de rede de supermercados serão usados pela USP em projeto do combustível vegetal

Por Agencia Estado
Atualização:

O óleo de fritura usado em uma das maiores redes de supermercados vai virar combustível nos laboratórios da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto. O convênio, firmado entre o Carrefour e o Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas (Ladetel), prevê a doação de 6 mil a 7 mil litros do resíduo por mês para produção de biodiesel. É mais um entre vários projetos para impulsionar o desenvolvimento do combustível vegetal no País. Pelo menos três projetos de lei tramitam atualmente no Congresso visando à incorporação do biodiesel à matriz energética brasileira. A proposta é que ele seja gradativamente misturado ao diesel de petróleo - assim como o álcool é misturado à gasolina -, em faixas de 5% a 15%. A maior expectativa do setor, entretanto, recai sobre o Executivo, que estaria comprometido a adicionar 2% de biodiesel ao mercado nacional de diesel já a partir de novembro, por meio de uma portaria. É o que espera o coordenador do Ladetel e do Projeto Biodiesel Brasil, Miguel Dabdoub. Segundo ele, a medida criaria uma demanda de 800 milhões de litros de biodiesel, ou 2% dos 40 bilhões de litros de diesel consumidos anualmente no Brasil. Alguns empreendimentos já estão surgindo em estágio mais avançado, incluindo uma usina de biodiesel em Charqueada, na região de Piracicaba (SP), com capacidade para produção de 100 milhões de litros/ano, e outros projetos na Bahia, Pará e Paraná, segundo Dabdoub. O biodiesel é equivalente ao diesel de petróleo, só que produzido a partir de óleos vegetais, como soja, girassol e mamona, que podem ser aproveitados virgens ou usados. Além de renovável, produz menos poluentes do que o diesel fóssil. Em uma mistura de 5%, a redução nas emissões é de 7% de dióxido de carbono, 17% de gases de enxofre e 13%, de material particulado, diz Dabdoub.

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