ONG critica desrespeito ambiental no FSM

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Por Agencia Estado
Atualização:

O dito popular "casa de ferreiro, espeto de pau" pode resumir o que ocorreu nas dependências da PUC de Porto Alegre, nos cinco dias de Fórum Social Mundial (FSM), em termos de defesa e preservação do Meio-Ambiente, tema que foi um dos grandes focos do evento. "Além da sujeira e da falta de reciclagem de lixo, vimos aqui um verdadeiro festival de desrespeito às regras básicas de preservação de nosso Meio-Ambiente", criticou a coordenadora do Núcleo Amigos da Terra/Brasil, Káthia Vasconcellos. A crítica encontrou ressonância em um dos organizadores do fórum de Porto Alegre, Cândido Grybowsky, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase). "Temos de pensar em mil questões e uma delas é o Meio-Ambiente. Mas reconheço que temos muito a mudar e nossa tarefa não é só enfrentar Davos (numa referência ao Fórum Econômico Mundial que, este ano, foi transferido para Nova York), mas construir uma cultura diferente, em nosso próprio terreno", considerou. Segundo a coordenadora da ONG Amigos da Terra, sucursal brasileira da Friends of The Earth International, toneladas de papéis foram distribuídas fartamente, sem levar em conta a enorme quantidade de árvores derrubadas e água contaminada no processo de sua produção. "Por quê não foi utilizado papel totalmente livre de cloro?", questionou. E completou: "Não adianta ficar só no discurso, temos de colocar as ações para a construção de um mundo melhor em prática." Káthia lembrou, ainda, o fato de o evento criticar duramente a política neoliberal e, em suas dependências, abrigar uma feira para a venda de produtos típicos do consumismo, sem nenhuma relação com a ideologia do fórum. "Combatemos o neoliberalismo, mas acabamos agindo aqui da mesma forma", destacou. No espaço onde foi realizada a feira, que contou com barracas de vendas de vários produtos, inclusive bijuterias, a organização do evento sequer colocou latas de lixo.

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