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ONGs alertam para manobra dos EUA na Unctad

Multinacionais tentam relaxar normas de responsabilidade corporativa, segundo Oxfam, Greenpeace e outras ONGs

Por Agencia Estado
Atualização:

As organizações não-governamentais Greenpeace, Oxfam, Rede do Terceiro Mundo e Amigos da Terra Internacional divulgaram um alerta conjunto, nesta quarta-feira, pedindo aos representantes de governos na 11.ª Conferência sobre Comércio e Desenvolvimento da ONU (Unctad) que resistam às tentativas dos Estados Unidos de relaxar as normas de responsabilidade econômica, social e ambiental das empresas. Segundo as organizações, o governo dos EUA vem trabalhando, na conferência de São Paulo, para minar o compromisso da Cúpula da Terra de Joanesburgo, em 2002, quando pelo menos 100 chefes de Estado e governo concordaram promover a responsabilidade corporativa e cobrá-la. "Os países em desenvolvimento querem regras internacionais que assegurem que as empresas contribuam efetivamente para o desenvolvimento", diz o comunicado. As ONGs também criticam a União Européia, por falhar na defesa do acordo de Joanesburgo, deixando de fazer frente a "um governo americano manipulado pelas grandes empresas e determinado a minar os acordos multilaterais que buscam avanços na qualidade de vida das pessoas e na proteção do meio ambiente". Segundo Marcelo Furtado, coordenador de políticas públicas para a América Latina e o Caribe do Greenpeace, a responsabilidade corporativa se tornou um dos temas mais polêmicos da conferência, e "a Unctad não pode se tornar refém" do governo norte-americano. "O poder financeiro, tecnológico e político das corporações multinacionais ultrapassa o poder de muitos países, especialmente no mundo em desenvolvimento. A responsabilidade corporativa é absolutamente imperativa para garantir um equilíbrio na economia global atual", afirma Sander van Bennekom, da Oxfam, no comunicado conjunto.

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