Organização em Johannesburgo não evita transtornos

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Por Agencia Estado
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Paciência. Essa é a palavra-chave do mega-encontro sobre meio ambiente na África do Sul. Antes mesmo de as negociações começarem, os delegados e jornalistas que chegaram ontem já tinham que exercer essa virtude, diante do esquema logístico montado para a conferência. E isso porque até agora chegou apenas uma pequena parcela dos 15 mil integrantes de organizações não-governamentais, 5 mil delegados de governos e 2 mil jornalistas inscritos. Só a delegação brasileira, somando funcionários e ONGs, tem mais de 200 pessoas. Não é que o evento não esteja organizado. Há muitos funcionários para receber os participantes, muitos ônibus, em geral novos, para transportá-los, e muita infra-estrutura de computadores, telefones, salas, etc. O problema é que essa organização toda não funciona. No aeroporto de Johannesburgo, os motoristas contratados para levar os participantes para seus respectivos hotéis, em vans e ônibus, não têm a menor idéia do mapa da região, pela qual se espalham pequenas cidades onde a maioria dos visitantes está acomodada. Uma vez chegando ao hotel, a dificuldade é sair dele. A maioria dos hotéis que constavam do catálogo do evento fica em lugares ermos, não servidos por táxis - coisa rara em Johannesburgo - nem por outros tipos de transporte público. Vencido esse obstáculo, ou seja, conseguindo chegar aos locais onde passam os ônibus do evento, é preciso enfrentar as informações desencontradas sobre para onde eles efetivamente vão - há vários eventos paralelos, em diferentes pontos da cidade. Não raro, é preciso fazer duas ou mais baldeações para finalmente chegar aonde se quer. O sistema de credenciamento é caótico, com os funcionários fazendo novas exigências de cartas e documentos que não constavam das regras originais. Depois, é questão de lutar para encontrar o local exato onde cada coisa está ocorrendo. Os sul-africanos, no entanto, compensam todas essas deficiências com extrema amabilidade. Aparentemente cientes das dificuldades, sempre que podem, eles acompanham os visitantes perdidos até o local que estão buscando, quando não se perdem com eles.

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