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Países amazônicos tentam conter mercúrio em garimpo

Mercúrio contamina solo e água, e chega às pessoas nos alimentos, causando problemas de saúde incuráveis

Por Agencia Estado
Atualização:

A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que reúne os países latino-americanos da região, vai desenvolver um plano estratégico para tentar reduzir ou eliminar o uso de mercúrio nos garimpos nos rios da Bacia Amazônica. O mercúrio usado na extração de ouro provoca uma série de problemas de saúde aos moradores da região por causa da contaminação do solo e das águas. O metal afeta garimpeiros, vendedores de ouro e populações próximas a áreas de extração, além daqueles que se alimentam de peixes contaminados. Sendo um metal pesado, vai se acumulando nos organismos vivos e pode causar intoxicações severas, problemas respiratórios, no sistema nervoso e nos rins. Não há cura ou tratamento para desintoxicação. Ministra ?Os efeitos causados pelo uso do mercúrio são um dos maiores problemas ambientais e de saúde pública na região?, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Nascida e criada no Acre, a própria ministra é uma das vítimas da contaminação por mercúrio na região e até hoje precisa seguir uma dieta alimentar rígida para compensar os efeitos do mercúrio em seu organismo. Corredores ecológicos Marina também explicou que a OTCA decidiu sobre a criação de uma rede de corredores ecológicos e de áreas protegidas envolvendo os países amazônicos e o Projeto de Gestão Integrada e Sustentável dos Recursos Hídricos Transfronteiriços na Bacia Amazônica, em que os países do tratado trabalharão em conjunto para proteção dos rios da região. O projeto tem US$ 30 milhões do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF) e será implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). "Essas iniciativas terão reflexos positivos sobre o uso das águas e dos recursos naturais na bacia, já que os biomas não reconhecem fronteiras geográficas", disse. Fórum de intercâmbio Marina destacou a necessidade da OTCA atuar de forma conjunta, em foros regionais e internacionais, sobre a questão do acesso aos recursos genéticos e pela defesa dos conhecimentos tradicionais. A ministra acredita que a entidade possa funcionar como um ?fórum de intercâmbio? sobre informações e experiências para que uma ação regional ganhe força. ?Vários membros da Organização têm pleiteado uma reforma no sistema internacional de patentes, de modo que possam ser concedidas respeitando os princípios da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica?, disse.

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