18 de novembro de 2009 | 16h39
O papa Bento XVI disse nesta quarta-feira, 18, que tanto a arte românica quanto a gótica não podem ser compreendidas sem levar em conta a alma religiosa que as inspirou e que as catedrais góticas mostram uma sínteses de fé e de arte, "expressada através da linguagem universal e fascinante da beleza".
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Diante de mais de oito mil pessoas, que assistiram na Sala Paulo VI, no Vaticano, à audiência das quartas-feiras, o papa dedicou a catequese do encontro às catedrais, que qualificou como verdadeiras "Bíblias de pedra".
As catedrais, segundo o papa, são fruto da fé da Idade Média cristã. Das de estilo românico, destacou a solidez dos muros, abóbadas e linhas simples e essenciais e disse que como novidade introduziram as esculturas, "realizadas mais com finalidade pedagógica que de perfeição técnica", disse.
Sobre as catedrais góticas, o papa afirmou que são a "verdadeira síntese harmônica de fé e de arte" e que se diferenciam das românicas por seu impulso vertical e sua luminosidade, "tentando expressar em suas linhas arquitetônicas o desejo da alma a Deus".
Os templos góticos apresentam cenas do Evangelho, dos mistérios do ano litúrgico, da virgem Maria e dos santos.
"As catedrais são uma Bíblia de pedra", afirmou o papa, que assinalou que "tanto a arte românica quanto a gótica não podem ser compreendidas sem levar em conta a alma religiosa que as inspirou e nos lembram que a via da beleza é um caminho privilegiado para nos aproximar ao mistério de Deus".
Bento XVI ressaltou a figura do pintor Marc Chagall, que sempre testemunhou "o encontro entre a fé e a estética", segundo o papa.
"Quando a fé, celebrada na liturgia, encontra a arte, cria-se uma sintonia profunda, para que ambas possam falar de Deus, fazendo visível o invisível", acrescentou o pontífice.
O papa lembrou que no próximo dia 21 se reunirá com o mundo da arte na Capela Sistina, no Vaticano, e que deseja compartilhar com os artistas "a amizade entre a espiritualidade cristã e a arte".
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