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Papa celebra missa para dois milhões de pessoas em Angola

Pontífice pede que angolanos encorajem as pessoas que 'vivem com medo de espíritos' a se unirem à Igreja

Por BBC
Atualização:

Cerca de dois milhões de angolanos se reuniram neste domingo, 22, para a missa ao ar livre celebrada pelo papa Bento XVI em Cimangola, nos subúrbios de Luanda, um dia depois de um tumulto que matou duas pessoas.

 

O papa expressou "tristeza profunda" pela morte das duas mulheres, pisoteadas quando a multidão tentava entrar em um estádio onde Bento 16 apareceria.

 

Ele também desejou que os feridos no tumulto se recuperem rapidamente.

 

A missa deste domingo foi o último grande evento do giro de sete dias do papa pela região.

 

Enormes multidões se reuniram para ver o papa durante sua visita a Angola, onde 55% da população é católica.

 

Corrupção

 

O papa falou contra os horrores da guerra civil que assolou o país após a independência, em 1975, dizendo que "infelizmente esse é um problema em toda a África".

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Ele falou também sobre a importância da reconciliação e chamou os jovens para que encaminhem Angola para um futuro melhor.

 

Após o discurso, o papa liderou rezas e cânticos, e mulheres em trajes típicos africanos levaram ao altar oferendas tradicionais como peixe seco, frutas e nozes.

 

Segundo a correspondente da BBC em Luanda, Loiuse Redvers, a segurança foi reforçada para o evento deste domingo.

 

O grande problema na missa, no entanto, foi o sol e o calor.

 

Há relatos de que mais de 400 pessoas precisaram de atendimento médico por causa das altas temperaturas.

 

Polêmica

 

No sábado, o papa fez um apelo para que os católicos angolanos encorajem as pessoas que "vivem com medo de espíritos" a se unirem à Igreja.

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Ele disse que os católicos devem falar aos que acreditam em bruxaria e espíritos.

 

Grupos de defesa dos direitos humanos dizem que crianças sofrem abusos em Angola após serem acusadas de estarem possuídas por espíritos.

 

No início da viagem, que também incluiu Camarões, Bento XVI atacou a corrupção que, segundo analistas, é muito comum na Angola, país rico em petróleo.

 

Bento 16 causou ainda polêmica quando disse que o uso de preservativos pode agravar o problema da AIDS na África.

 

A declaração foi feita no voo que o levou ao continente.

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