25 de fevereiro de 2008 | 12h22
O papa Bento XVI afirmou nesta segunda-feira, 25, que "a sociedade e os setores vinculados à ciência médica" são "obrigados" a proteger e respeitar a vida humana em todas as suas fases, condenando, assim, "toda forma de eutanásia direta". O pontífice também pediu maior empenho dos Estados em ajudar doentes graves e suas famílias. Bento XVI falou sobre o tema ao receber, no Vaticano, cerca de 400 participantes de um congresso organizado pela "Pontifícia Academia da Vida", relacionada a doentes terminais. Diante do que chamou de "impulsos eutanásicos" ditados por uma "visão unilateral em relação ao ser humano", o Papa reiterou sua "firme e constante condenação a toda forma de eutanásia direta". "Toda a sociedade, mediante suas instituições civis e de saúde, é chamada (pelo Vaticano) a respeitar a vida e a dignidade dos doentes graves e terminais", destacou. Durante o encontro com os congressistas, o Papa lançou também um chamado para que as leis estatais auxiliem os familiares de doentes à beira da morte, além de pedir que sejam concedidas licenças de trabalho às pessoas mais próximas de doentes graves, como acontece durante a gravidez de uma mulher. "Uma sociedade solidária e humanitária não pode deixar de levar em conta as difíceis condições das famílias que, às vezes por longos períodos, devem carregar o peso da gestão domiciliar de doentes graves não auto-suficientes", concluiu Bento XVI. A prática da eutanásia é ilegal em países como Espanha, França, Itália, Brasil e o próprio Vaticano. A primeira nação a legalizá-la foi a Holanda, em 2002, seguida da Bélgica. Em fevereiro deste ano, Luxemburgo se tornou o terceiro país da União Européia a permitir essa prática, que consiste na decisão voluntária de um paciente terminal em pôr fim, sem sofrimentos, a sua própria vida.
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