O papa Bento XVI disse neste domingo, 9, que os campos de concentração nazistas, como qualquer campo de extermínio, podem ser considerados "símbolos extremos do mal", durante a reza dominical do Ângelus na residência de verão (hemisfério norte) de Castelgandolfo.
O papa, nascido na Baviera (Alemanha) em 1927, definiu esses campos como "o inferno que se abre sobre a terra quando o homem esquece Deus e toma seu lugar, usurpando o direito de decidir que coisa é o bem e que coisa é o mal, de dar vida à morte". Além disso, ressaltou que este triste fenômeno não é restrito aos campos de concentração, já que estes são "a ponta culminante de uma realidade ampla e divulgada"
O papa ressaltou as divergências entre "o humanismo ateu e o humanismo cristão, uma antítese que teve lugar ao longo de toda a história, mas que, no final do segundo milênio, com o niilismo contemporâneo, chegou a um ponto crucial". "Por um lado, existem filosofias e ideologias, mas cada vez mais existem modos de pensar e de agir que exaltam a liberdade como único princípio do homem, como alternativa a Deus, transformando o homem em um deus, que arbitra o próprio sistema de comportamento", disse.
Enquanto, por outro lado, existem "os santos que, praticando o Evangelho da caridade, dão um motivo de esperança e mostram o verdadeiro rosto de Deus, que é amor, e ao mesmo tempo o rosto autêntico do homem criado à imagem e semelhança divina".
Por ocasião do Ano Sacerdotal, inaugurado em 19 de junho, Bento XVI fez especial menção aos santos "que a liturgia lembra nestes dias". Assim, referiu-se a "Santa Teresa Benedita da Cruz - Edith Stein -, que, nascida na fé judaica e conquistada por Cristo na idade adulta, tornou-se freira carmelita e selou sua existência com o martírio", e a São Maximiliano Kolbe, "grande apóstolo de Maria Imaculada", que morreu justamente no campo de concentração nazista de Auschwitz, na Polônia.