
06 de maio de 2009 | 16h15
O papa Bento XVI, que iniciará uma viagem à Terra Santa na próxima sexta-feira, 8, declarou que "não vê a hora" de se reunir com os cristãos da região. "Não vejo a hora de estar entre vocês e de compartilhar suas aspirações e esperanças, assim como seus sofrimentos e batalhas", disse o pontífice durante a audiência geral no Vaticano.
O papa pediu também aos jordanianos, israelenses e palestinos que constituam "povos de esperança" para alcançarem a paz. Segundo Bento XVI, sua "primeira intenção é visitar os lugares considerados santos na vida de Jesus e rezar pelo dom da paz e da união, para as famílias e por todos os que vivem na Terra Santa e no Oriente Médio".
O pontífice ressaltou ainda que espera que sua viagem "traga muitos frutos para a vida espiritual e civil de todos os moradores" da região.
na manhã desta quarta-feira, 6, o patriarca maronita do Líbano, cardeal Nasrallah Sfeir, viajou à Jordânia, primeira etapa da viagem papal, para acompanhar a passagem de Bento XVI. "Vamos à Jordânia para nos encontrar com o Santo Padre e acompanhá-lo em sua visita", explicou.
Ao longo dos oito dias, o pontífice, de 82 anos, cumprirá uma intensa agenda com a celebração de missas, reuniões com autoridades, dirigentes políticos e religiosos locais e visitas a locais sagrados do cristianismo como Belém, Nazaré e Monte Nebo.
Cristãos da Terra Santa
O custódio da Terra Santa, padre Pierbattista Pizzaballa, disse que os cristãos locais esperam com ansiedade o papa Bento XVI e não temem eventuais "instrumentalizações" políticas durante sua visita.
"As instrumentalizações nestes países são sempre muito fáceis, mas se alguém quisesse fazer todos estes cálculos, no fim, não faria nada", observou o franciscano em uma entrevista à Rádio Vaticana.
Segundo Pizzaballa, "o papa virá, certamente, com muita liberdade, como demonstrou fazendo este gesto à comunidade, sem excluir da visita o aspecto inter-religioso e o político".
Ao comentar sobre o diálogo inter-religioso, o custódio explicou que "haverá diversos encontros com judeus e muçulmanos, onde esta questão será acentuada, talvez ainda mais que da última vez, com o papa João Paulo II", que visitou a região em 2000.
"Esperamos uma palavra clara. No entanto, o papa não pode fazer gestos novos em relação ao judaísmo e ao islamismo, porque tais (gestos) já foram feitos. Mas poderá dizer uma palavra forte, nova e clara de como deve ser a relação entre nós, sobretudo neste contexto onde há também diversas polêmicas tendenciosas", expôs.
O franciscano ressaltou ainda que a passagem de Bento XVI pela Terra Santa encorajará as comunidades locais, "que se sentem um pouco isoladas".
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