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Papa fala sobre casos de abuso sexual com sacerdotes

Pontífice afirmou durante que a postura de um sacerdote autêntico é incompatível com os abusos sexuais

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Por Redação
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O papa Bento XVI falou neste sábado, 12, durante sua viagem de avião a Sydney, sobre os sacerdotes envolvidos em casos de abusos sexuais, assunto que gerou polêmica na Austrália estes dias.   Bento XVI iniciou hoje sua nona viagem pastoral internacional e a mais longa realizada até agora. Ele irá a Sidney, onde presidirá a partir de quarta-feira a 23ª Jornada Mundial da Juventude.   O papa afirmou durante a viagem que a postura de um sacerdote autêntico é incompatível com os abusos sexuais, porque os eles estão a serviço de Deus.   Além disso, o pontífice reiterou o compromisso da Igreja com a formação do clero, para evitar a repetição deste problema, e com as vítimas e seus parentes.   Na Austrália, abriu-se a polêmica pelo caso de um sacerdote acusado de cometer abusos sexuais há 25 anos. Segundo a Igreja Católica do país, uma comissão independente vai averiguar o ocorrido, após algumas conversas telefônicas divulgadas esta semana pela televisão local.   As últimas revelações da televisão australiana sugerem que o cardeal George Pell sabia que o pároco também tinha abusado de uma jovem de 16 anos.   O grupo Broken Rites, uma associação australiana que ajuda as vítimas de abusos sexuais, pedirá ao papa que se pronuncie sobre o assunto e se desculpe com as vítimas.   O problema dos abusos sexuais por parte de membros do clero já foi abordado por Bento XVI durante sua viagem aos Estados Unidos em abril passado, quando afirmou que o escândalo de pedofilia causado por sacerdotes católicos do país foi uma vergonha que não deveria se repetir.   O pontífice também falou do risco da mudança climática e disse que se pronunciaria sobre o assunto durante seu encontro com os jovens na Austrália e da responsabilidade dos homens com o clima do planeta.   Quanto à realização da Jornada Mundial da Juventude, Bento XVI destacou que vai à Austrália com sentimentos de grande alegria e que tinha lindas lembranças do encontro anterior, que aconteceu na cidade alemã de Colônia.   Durante a oração do Angelus, no domingo passado em sua residência de verão de Castelgandolfo, o papa convidou toda Igreja a se sentir participante da Jornada Mundial da Juventude, a qual chamou de uma nova etapa da grande peregrinação juvenil através do mundo, iniciada em 1985 por seu antecessor, João Paulo II.   O avião do papa decolou hoje no aeroporto romano de Fiumicino, em Roma, às 10h30 (5h30, Brasília) com destino a Sydney, onde deve chegar na noite de hoje às 4h (Brasília), após fazer uma escala na cidade australiana de Darwin para reabastecer.   Esta é a nona viagem internacional do papa, de 81 anos, e a mais longa feita até agora, já que a distância aérea entre Roma e Sydney é de 16.418 quilômetros e o vôo durará 21 horas.   Logo após chegar a Sydney, Bento XVI irá a uma residência do Opus Dei, a cerca de 40 quilômetros da cidade, onde descansará até quinta-feira.   Os momentos mais importantes desta 23ª Jornada acontecerão na sexta-feira, dia 18, quando uma Via Sacra preparada por milhares de jovens sairá da catedral de Sydney, no sábado, dia 19, quando se reunirá em uma vigília com os milhares de jovens, e no domingo, dia 20, quando vai presidir uma missa solene com a qual encerrará o encontro.   Estarão presentes na Jornada, segundo os organizadores, cerca de 250 mil pessoas, cuja metade é formada por jovens de 77 países.

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