01 de junho de 2012 | 17h46
O pontífice fez um discurso sem mencionar o caso, que veio à tona na semana passada, quando o mordomo pessoal do papa foi detido pelo furto de documentos pessoais.
Muitos observadores do Vaticano dizem que o mordomo é um mero bode expiatório numa disputa de poder entre os aliados e inimigos de Bertone, secretário de Estado do Vaticano.
O caso representa a pior crise em sete anos do pontificado de Bento 16, que se disse magoado com a situação.
O papa saudou milhares de peregrinos na praça que fica em frente ao Duomo, catedral gótica de Milão. Bertone estava sentado no palanque ao lado do papa, do prefeito de Milão e do cardeal Angelo Scola, arcebispo da cidade.
"Façamos o papa sentir nosso abraço. O senhor pode contar com muitíssimos amigos mundo afora. Santidade, nós o amamos", disse Scola.
Nesta semana, Bento 16 manifestou confiança nos seus "colaboradores mais próximos", o que muitos interpretaram como um gesto de apoio a Bertone.
A publicação de constrangedores detalhes sobre homens que Bertone nomeou ou transferiu, e sobre projetos que ele defendeu ou contrariou, sugere um esforço concentrado para derrubá-lo do cargo.
Cerca de 15 mil policiais foram mobilizados para os três dias da visita do papa a Milão a fim de manter manifestantes afastados.
(Reportagem de Silvia Aloisi)
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