Paraná identifica 56 áreas com soja transgênica

A região que apresenta maior número de lavouras transgênicas é Pato Branco, no sudoeste, com 21 áreas

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) já identificou 56 áreas cultivadas com soja transgênica no Estado desde março, quando começou a receber denúncias. Outras 222 deram resultado negativo. Nesta terça-feira, foi confirmada a existência do produto em três lavouras de um mesmo proprietário na região de Ponta Grossa, que juntas somam 200 hectares. Até agora, a maioria das propriedades tinha menos de 10 hectares. A região que apresenta maior número de lavouras transgênicas é Pato Branco, no sudoeste, com 21 áreas. O maior problema no caso das grandes lavouras encontradas na região de Ponta Grossa é que o produto já foi colhido e vendido. O proprietário foi intimado a apresentar as notas de comercialização. Enquanto isso, fiscais percorrem os armazéns da região para tentar descobrir onde estão os grãos e evitar que sejam processados juntamente com os produtos normais. O Ministério Público Estadual (MPE) já determinou a destruição das lavouras transgênicas. A Seab aguarda orientações da Procuradoria-Geral do Estado sobre como deverá agir. O plantio comercial de soja geneticamente modificada está proibido desde 1998. Uma das dificuldades da Seab é que a interdição da área suspeita de ter soja transgênica só pode ser feita depois de comprovação pelo Centro de Pesquisa e Processamento de Alimentos, da Universidade Federal do Paraná, único laboratório cadastrado pelo Ministério da Agricultura para o trabalho. Se houver confirmação, e o agricultor já tiver colhido o produto, ele tem cinco dias para apresentar as notas de comercialização. Nos casos em que houve comprovação, o Ministério Público e a Polícia Federal estão atuando, responsabilizando criminalmente os proprietários. Os proprietários das fazendas onde estão sendo encontrados produtos geneticamente modificados são orientados para não plantar soja na próxima safra e fazer controle da rebrota. Em manifesto, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR) posicionou-se contrário às plantações de soja transgênica no Estado e deu apoio às ações da Seab e do MPE. "Temos de ter cautela", disse o presidente do Crea, Luiz Antonio Rossafa. "O avanço tecnológico é fantástico, mas alguém sabe que impactos sofrerão os seres humanos diante da modificação genética?"

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