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Parlamento da Suíça aprova fim da energia nuclear no país

GENEBRA - O Parlamento suíço aprovou ontem o fim da energia nuclear no país, em um processo iniciado depois do desastre de Fukushima, no Japão, mas que levará mais de duas décadas para ser finalizado.

Por Jamil Chade
Atualização:

O governo propôs o debate e, há dois meses, os deputados deram sinal verde. Ontem foi a vez de o Senado também aprovar o fim da energia nuclear e colocar o proposta em andamento.

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A Suíça já havia decidido congelar a construção de novas usinas, e a meta agora é não ter energia gerada com base em fontes nucleares a partir de 2034.

Pelo plano, a primeira usina a fechar suas portas será a de Beznau 1, em 2019. Duas outras terão suas atividades encerradas em 2022 e uma terceira, em 2029. O processo acabará quando a usina de Leibstadt parar de funcionar, em 2034.

Polêmica. A aprovação da proposta foi cercada de polêmica. O governo garante que suas usinas hidroelétricas e outras fontes renováveis poderão substituir a energia nuclear. No entanto, admite que precisará aumentar a importação de energia. O governo insiste que essa transição dará espaço para que empresas possam buscar alternativas viáveis e pesquisar novas tecnologias.

As companhias de energia do país saudaram a iniciativa e defenderam a mudança gradual. “A continuidade das operações nos dá tempo para encontrar soluções”, afirmaram as empresas de energia, em comunicado. Apesar da aprovação, elas creem que a decisão precisa passar por votação popular.

Quem também comemorou foram os grupos ambientalistas. “Aplaudimos a Suíça por ter dado esse passo corajoso e iniciado um processo para terminar a dependência da energia nuclear”, disse o ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev, presidente da Cruz Verde Internacional.

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