Parque da Tijuca será monitorado contra fogo

O sistema é composto por duas torres instaladas no Horto Florestal e no Sumaré, que captam por meio de sensores dados como temperatura, umidade relativa do ar, velocidade e direção do vento, regime de chuvas, pressão atmosférica e umidade da vegetação

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Parque Nacional da Tijuca (PNT), principal reserva de mata atlântica do Estado e considerado uma das maiores florestas urbanas do mundo, receberá nesta sexta-feira um sistema de alerta para monitorar riscos de incêndio que poderá evitar queimadas em pelo menos 90% dos casos, de acordo com técnicos do Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) e do Instituto de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O professor Gutemberg Borges França, um dos coordenadores do projeto, explicou que o sistema é composto por duas torres instaladas no Horto Florestal e no Sumaré, que captam por meio de sensores dados como temperatura, umidade relativa do ar, velocidade e direção do vento, regime de chuvas, pressão atmosférica e umidade da vegetação. As informações são enviadas em tempo real para um satélite e transmitidas para o laboratório da UFRJ, onde são processadas. França afirmou que será possível prever o grau de risco de eventuais queimadas com 48 horas de antecedência. Ele explicou ainda que, caso esteja ocorrendo um incêndio, as informações serão úteis para que o Corpo de Bombeiros possa planejar a ação de combate ao fogo. ?Com o índice, será possível saber se o fogo tem potencial para se alastrar ou não, e, caso seja necessário, aumentar a equipe de contingenciamento?, declarou. ?O objetivo principal é preservar a Floresta da Tijuca.? O engenheiro Luiz Landau, da Coppe, disse que o risco de incêndio pode ser calculado a partir da combinação de fatores como alta temperatura e baixa umidade. ?Vamos ter uma garantia relativa de 90%?, afirmou ele, referindo-se à probabilidade de o sistema evitar que ocorram queimadas. ?Se, por exemplo, estivermos num período seco e os sensores registrarem velocidade alta do vento, certamente lançaremos o alerta por concluir que há um grande potencial de incêndio?, disse França. O diretor do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Maurício Lobo, defendeu nesta quinta-feira que o projeto sirva de modelo para a preservação de outros parques nacionais do País. ?É um projeto que há muitos anos tentamos implantar. Em breve teremos também o primeiro avião de combate a incêndios no Estado. Creio que o projeto poderá ser um modelo para outros parques.? O monitoramento pode ser acompanhado por meio do site www.lamma.ufrj.br/queimadas. Financiado pela Light, distribuidora de energia no Rio, o projeto custou R$ 230 mil. Um dos últimos resquícios de mata atlântica do Estado, o PNT foi criado em 1961, com o objetivo de proteger espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção, além das nascentes de rios. Inicialmente foi chamado de Parque Nacional do Rio de Janeiro, mas teve seu nome alterado em 1967 para Parque Nacional da Tijuca. Entre as muitas dificuldades na administração da unidade de conservação estão o crescimento da favelização no seu entorno e a poluição. Em 1991, o PNT foi escolhido como Reserva da Biosfera pela Unesco. Dentro da área do parque estão localizados pontos turísticos como o Corcovado, onde fica o Cristo Redentor, a Vista Chinesa e a Pedra Bonita, onde há uma rampa para vôo livre, pára-quedas e asa delta. Possui uma área de 3.200 ha, por onde correm 43 rios e córregos.

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