PUBLICIDADE

Peixe-boi é transferido para Itamaracá

Filhote recém-nascido encalhou em praia cearense e segue para o Centro de Mamíferos Aquáticos para se recuperar e voltar ao ambiente natural

Por Agencia Estado
Atualização:

A Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Nordeste (Remane) resgatou mais um filhote de peixe-boi marinho (Trichechus manatus), encontrado no último domingo, dia 20, na Praia de Barro Preto, a 50 quilômetros da capital cearense. O filhote foi localizado por um pescador e levado à sede da organização não governamental Aquasis, em Fortaleza, que trabalha com a conservação de mamíferos aquáticos e faz parte da rede. Hoje à noite, o peixe-boi embarca num avião, cedido pelo governo do Ceará, com destino ao Centro de Mamíferos Aquáticos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (CMA-Ibama), em Itamaracá, Pernambuco, onde será tratado e alimentado até ter autonomia suficiente para ser devolvido ao mar. Isso, em geral, leva 3 anos, tempo para o desmame completo e adaptação à dieta natural da espécie, de capim agulha e algas, diariamente coletados pela equipe do CMA, enquanto os animais estão em cativeiro. Com 141 cm e 47 kg, o filhote recebeu o nome Arani ou tempo furioso, em tupi-guarani, por ter encalhado depois de uma noite de ventania. Além dele, outros 26 filhotes de peixe-boi já encalharam nas praias do Ceará, desde o início da campanha para o resgate destes animais, em 1987. Em maio deste ano, foi resgatado o filhote Tinga, em outra praia do litoral cearense, a Praia Redonda. Tinga também foi transferido para Itamaracá, onde se curou de uma infecção por salmonella e agora passa bem. Em geral, os filhotes recém-nascidos se perdem das mães quando elas dão à luz em meio à arrebentação, por encontrarem os estuários bloqueados por salinas, marinas ou assoreamento. Foi provavelmente o caso de Tinga, que pesava somente 28kg, e também é o caso de Arani, um filhote bem mais robusto, com seus 47kg, mas igualmente recém-nascido. Os dois filhotes ainda tinham restos de cordão umbilical presos a seus corpos, quando encalharam. Segundo a veterinária do CMA, Jociery Vergara Parente, que acompanha a transferência, Arani está em boas condições de saúde e deve suportar bem a viagem. Ela fez exames clínicos e coletou sangue para detectar eventuais infecções.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.