Um equipamento oceanográfico sul-africano, perdido no Oceano Índico em 1995, foi encontrado por pescadores no último dia 12 de maio, a cerca de 230 quilômetros da costa brasileira, entre os municípios de Torres e Tramandaí, no Rio Grande do Sul. O ondógrafo (uma espécie de bóia de um metro de diâmetro, utilizado para medir a altura das ondas) foi entregue aos pesquisadores do Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar (CTTMar), da Universidade do Vale do Itajái (Univali), em Santa Catarina, que descobriram a origem o aparelho. ?O ondógrafo é de propriedade de uma empresa de pesquisa e desenvolvimento em áreas costeiras da África do Sul, chamada CSIR, e está em muito bom estado externamente. Dependendo de suas condições internas, pode até voltar a funcionar?, disse a oceanógrafa Eliane Truccolo, do CTTMar. ?O fenômeno e incomum e impressionante, pois o equipamento permaneceu boiando por quase nove anos e percorreu um longo caminho até chegar aqui?. A empresa sul-africana já confirmou pela numeração de série a propriedade do aparelho e aguarda o relatório dos pesquisadores brasileiros para definir se solicita o seu retorno ou registra a doação do ondógrafo à Univali. Utilizado na costa leste do continente africano, no porto de Durban, o equipamento se soltou e passou mais de oito anos ao sabor das correntes superficiais marítimas. ?É impossível saber exatamente seu percurso, mas o mais provável é que tenha seguido com a Corrente das Agulhas para o sul e contornado o Cabo da Boa Esperança. Depois, subiu pela costa oeste da África pela Corrente de Benguela, se aproximando da latitude zero da linha equatorial. Deste ponto, seguiu com a Corrente Equatorial e desceu pela Corrente do Brasil até ser encontrado na costa do Rio Grande do Sul?, disse a pesquisadora.