Pesquisadores analisam estado dos anfíbios na América do Sul

Especialistas vão mapear os habitats e principais ameaças aos anfíbios, espécies consideradas termômetros de mudanças ambientais

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 70 pesquisadores internacionais estão reunidos a partir de hoje, em Belo Horizonte, para avaliar o estado de conservação de mais de mil espécies de anfíbios da América do Sul em situação de ameaça. Organizado pela Conservation International (CI), o Workshop Sul-Americano de Anfíbios acontece até sexta-feira e resultará em um mapa da distribuição de cada espécie. Os pesquisadores utilizarão as categorias e critérios da Lista Vermelha da The World Conservation Union (IUCN) para codificar as espécies por habitat, descrevendo as principais ameaças e tendências de suas populações, em todo o território sul-americano, exceto a porção andina, que terá um encontro próprio. Os resultados serão disponibilizados pela internet e serão usados para definir prioridades de conservação e novas pesquisas. Segundo os organizadores, por dependerem de dois meios distintos de ambientes para a sobrevivência - o terrestre e o aquático -, os anfíbios apresentam grande sensibilidade às mudanças climáticas, como as variações de temperatura e poluição. Seus sistemas cutâneo e respiratório particulares fazem dos anfíbios o primeiro dentre todos os grupos de animais a apresentar anomalias genéticas, deformações físicas e declínio de populações a partir de alterações de seus habitats naturais. O Brasil detém uma biodiversidade muito elevada de anfíbios, estimada em mais de 600 espécies, 11% das 5.500 existentes no planeta. No entanto, esse é um índice subestimado, já que há registro de descrições de espécies isoladas não contabilizados. Além disso, a maior parte das pesquisas reverem-se aos anuros (sapos e pererecas), enquanto de outras espécies, como a gyminophiona (cobra-cega), são raras. "Esperamos neste encontro consolidar esse conhecimento fragmentado e pouco disponível na literatura especializada", disse Adriano Paglia, pesquisados da CI e coordenador do workshop.

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