
24 de março de 2017 | 11h48
MADRI - Uma equipe de pesquisadores espanhóis descobriu que o gene Alx3, presente nos embriões durante o desenvolvimento intrauterino, protege o feto das más-formações causadas pela diabete da mãe.
De acordo com o diretor do estudo e pesquisador do Centro de Pesquisa Biomédica em Rede de Diabete e Doenças Metabólicas Associadas (Ciberdem), Mario Vallejo, a diabete materna durante a gestação representa um risco "muito grande" para a aparição de más-formações no desenvolvimento embrionário e fetal, que afetam fundamentalmente à formação do sistema nervoso e do coração.
Segundo o pesquisador, acredita-se que o aumento da glicose no sangue da mãe provoque a produção excessiva de radicais livres nas células do embrião, "o que gera estresse oxidativo com o conseguinte dano e morte celular".
Com um modelo de diabete materno em ratos, os cientistas descobriram que ao detectar quantidades de glicose anormalmente altas no sangue da mãe, o Alx3 se ativa nas células embrionárias durante o desenvolvimento intrauterino.
Assim, segundo Vallejo, "se inicia a síntese de uma proteína reguladora codificada por este gene, cujo papel é estimular a atividade de um conjunto de genes diferentes responsáveis da produção de enzimas que eliminam os radicais livres para fazer frente ao estresse oxidativo".
De modo contrário, quando o Alx3 está anormalmente inativo, os genes que codificam estas enzimas não são estimulados, o que dispara a incidência e gravidade das más-formações congênitas, explicou.
Foxo1. No mesmo estudo, publicado na revista Scientific Reports, os investigadores descreveram que o mecanismo pelo qual a resposta se inicia inclui a estimulação da produção de outro fator de transcrição, denominado Foxo1, que também tem papel importante na defesa do organismo contra os radicais livres.
Assim, os pesquisadores mostraram que o Alx3 é uma peça fundamental para a defesa das células embrionárias contra o prejuízo produzido pelo estresse oxidativo gerado pela hiperglicemia de origem materna.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Investigações Biomédicas Alberto Sols (CSIC-Universidade Autônoma de Madri), em parceria com pesquisadores do Instituto Cajal. /EFE
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