Pesquisadores querem parque na Ilha Queimada Grande

É o único lugar do mundo onde podem ser encontradas a jararaca-ilhoa e várias outras espécies de répteis e anfíbios

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Por Agencia Estado
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A Ilha de Queimada Grande, no litoral paulista, conhecida como o maior serpentário do mundo, poderá ser transformada em Parque Nacional Marinho, a exemplo de paraísos ecológicos famosos como Fernando de Noronha e Abrolhos. É o que desejam ambientalistas e pesquisadores, que encaminharam pedido ao Ibama para reforçar o status de proteção da unidade - único lugar do mundo onde podem ser encontradas a jararaca-ilhoa e várias outras espécies de répteis e anfíbios. Classificada desde 1985 como Área de Relevante Interesse Ecológico, a ilha é protegida apenas na parte terrestre e, ainda assim, de forma limitada. A proposta com a criação do parque é dar proteção integral a todo o ecossistema, incluindo a parte submersa, até uma distância de duas milhas náuticas. Biopiratas O local é freqüentado principalmente por cientistas, na parte terrestre, e mergulhadores, na parte aquática, repleta de corais, peixes e tartarugas. Mas há também visitantes indesejáveis, como os biopiratas que vão capturar serpentes e vender seu veneno no mercado negro. Pelo projeto, seria proibido subir na ilha, a não ser para atividades de pesquisa. A pesca também seria banida, mas atividades de ecoturismo, como o mergulho de contemplação, seriam incentivadas dentro de um plano de conservação. Ilha mais distante Isolada, a 34 quilômetros da costa, Queimada Grande é a ilha mais distante do litoral sul paulista e abriga, pelo menos, dez espécies endêmicas de cobras, lagartos, répteis e até caramujos. Em seus costões submersos, vivem 137 espécies de peixes. "Não faltam motivos para proteger a ilha", resume o biólogo Guilherme Dutra, da Conservação Internacional, uma das organizações que formularam a proposta do parque. O projeto está sendo analisado pelo Ibama em Brasília e precisa passar por audiência pública. Caso seja aprovado, a ilha se tornará o primeiro parque marinho do Sudeste, com 2.276 hectares. "É uma jóia do mar que merece proteção", disse a oceanógrafa Danielle Paludo, do Ibama.

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