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Pesquisadores testam lodo de esgoto como adubo

Usado como adubo orgânico, produto fez alface crescer mais. Desafio agora é melhorar a higienização

Por Agencia Estado
Atualização:

Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) estão avaliando a produção de alface em solo tratado com doses de lodo de esgoto. Os técnicos do Centro de Ciências Agrárias da Ufes fizeram cinco experimentos comparativos com a alface do tipo Lívia, e comprovaram a eficácia deste composto orgânico. As mudas foram cultivadas em solo sem adubação e com o lodo de esgoto em proporções crescentes. O material orgânico utilizado foi proveniente da Estação de Tratamento de Esgoto do município de Jerônimo Monteiro (ES). ?O crescimento das plantas que receberam o tratamento com esgoto higienizado foi estatisticamente superior ao das plantas controle. À medida que se aumentou a dosagem do lodo, maior foi o índice de produtividade das mudas de alface?, conta José Carlos Lopes, coordenador da pesquisa. ?Nossa meta é achar possibilidades inovadoras de utilização do esgoto produzido nos grandes centros urbanos. Esse material já vem sendo testado em culturas de feijão, milho, cana, maracujá e em plantações de coqueiros.? Antes de ser agregado ao solo, o lodo de esgoto precisa ser higienizado com diferentes produtos químicos, o mais importante deles o óxido de cálcio (cal). As mudas foram semeadas em vasos individuais, sendo que todos receberam uma adubação básica com superfosfato. Depois do sucesso em termos produtivos, os obstáculos agora são do ponto de vista da saúde humana. Apesar de baixo, o estudo registrou a presença de microrganismos patogênicos em algumas amostras de alface. ?As culturas que passam por esse tipo de tratamento ainda não são recomendadas para o consumo humano. Apesar de significativos, os testes ainda são preliminares?, alerta Lopes. Atualmente, a equipe coordenada pelo professor do Departamento de Fitotecnia da Ufes está trabalhando no aprimoramento de novas tecnologias de higienização para melhorar as características físico-químicas do lodo urbano e possibilitar o consumo seguro dos alimentos estudados.

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