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Petrobras testa reator para descontaminar solo

Iniciado em 1999 e financiado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o projeto desenvolve um reator móvel, capaz de "filtrar", por meio de um processo biológico, a terra contaminada

Por Agencia Estado
Atualização:

O Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) concluiu um projeto, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que deve ajudar a solucionar um dos principais problemas ambientais enfrentados pela companhia nos últimos anos: a contaminação do solo causada por derramamentos de óleo. Iniciado em 1999 e financiado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o projeto de construção de um reator móvel, capaz de "filtrar", por meio de um processo biológico, a terra contaminada, é coordenado por pesquisadores do Cenpes, da Escola de Química da UFRJ e do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. "Hoje não temos alternativas para aplicar em casos de derramamento de petróleo com a garantia de que o solo contaminado seja preservado. Normalmente, são processos destrutivos que acabam com a terra e transferem a poluição para o ar", explicou a gerente de Biotecnologia e Ecossistemas do Cenpes, Adriana Ururahy Sorino. O custo de desenvolvimento do projeto foi de R$ 180 mil. Um protótipo do reator está operando em fase final de testes no laboratório do Cetem, no campus da Ilha do Fundão. "Estamos encerrando a fase de testes mecânicos para iniciar o tratamento propriamente dito. O objetivo agora é começar a fazer o trabalho em escala maior e ajudar a resolver um dos principais problemas da Petrobras", disse a pesquisadora. Atualmente, o reator tem capacidade para tratar apenas 12 quilos de terra contaminada. A gerente de Biotecnologia e Ecossistemas do Cenpes, porém, acredita que, com o término da fase de testes, será possível construir um reator capaz de recuperar 100 quilos e, posteriormente, começar a trabalhar em escala industrial. Segundo Adriana, o projeto, "economicamente e ecologicamente viável", é estratégico para a Petrobras, que necessitava de tecnologia adequada para aplicar em casos de derramamento de óleo em terra. Nos últimos anos, a estatal teve sua imagem arranhada por uma série de acidentes com danos irreparáveis ao meio ambiente. Em janeiro de 2000, acidente na Refinaria Duque de Caxias (Reduc) provocou o vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo na Baía de Guanabara.

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