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PF investiga contrabando de fósseis em SP

Mais de duas mil peças foram apreendidas em local tido como museu. Não há documentação do material e do estabelecimento

Por Agencia Estado
Atualização:

Não era bem um museu particular. O lugar na Zona leste de São Paulo onde a Polícia Federal encontrou, na quarta-feira, mais de dois mil fósseis de mamíferos, peixes e insetos era uma espécie de loja clandestina, onde o material era vendido ilegalmente e, provavelmente, contrabandeado para outros países. A PF chegou ao local, na Rua Joaquim de Melo, Mooca, depois de dois meses de investigação. Tudo começou com a prisão de um homem tentando embarcar com três fósseis no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio. O homem tinha uma nota indicando o local em São Paulo onde as peças haviam sido adquiridas. O chamado Museu de Paleontologia Força da Terra não tinha a documentação necessária sobre a origem e a guarda do material, que incluía peças raras e de valor acima dos R$ 100 mil no mercado internacional. Policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Ambiente e o Patrimônio Histórico (Delemaph), da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, apreenderam todo o material. Os fósseis foram colocados em um caminhão e levados à sede da PF, onde deverão ser analisados pelos peritos. "Na verdade, o museu era uma fachada para a loja que vendia esses fósseis", afirmou Celso D´Arcke Brasil, porta-voz da PF em São Paulo. A proprietária do estabelecimento, Urânia Gusmão Corradine, deve ser indiciada. Além de investigar a hipótese do contrabando, a PF vai apurar se houve exploração mineral sem autorização e usurpação de função pública - fósseis são patrimônio da União e comercializá-los é proibido por lei.

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